É um reservatório de memórias. A UNESCO escolheu-a como Património Mundial da Humanidade. Aurélio Rocha, Eugénia Rodrigues e Augusto Nascimento foram fotografá-la e levar a sua alma para um livro.
Imagem de uma terra com muito por contar: “aqui nasceu Moçambique!”, até pode uma placa dizer isso referindo-se à Ilha de Moçambique. Aquela que foi a primeira capital do país e agora património mundial da humanidade, segundo a Unesco, foi, recentemente, palco, tal como a cidade de Nampula, do lançamento do livro “Ilha de Moçambique”. A obra retrata o mosaico cultural de que aquela região insular dispõe, para além do estágio das infra-estruturas, entre outros atractivos que testemunham as qualidades de verdadeiro destino turístico.
Aurélio Rocha, co-autor do livro, afirmou que o livro não fala apenas da Ilha de Moçambique como região, mas também do modo de vida das pessoas que lá residem, das suas manifestações culturais, entre outras. Facto curioso num dos capítulos do livro, referido pelo co-autor, é a divulgação do Maulide, uma dança centenária, praticada somente pelos habitantes da Ilha de Moçambique.
“É preciso sublinhar que o Maulide faz parte de uma das riquezas culturais bem reconhecidas e que precisam de ser acarinhadas para as manter (vivas), pois é uma das marcas da Ilha de Moçambique”, afirmou Aurélio Rocha.
O livro é composto por 1 000 páginas, preenchidas de maravilhas fotográficas e os principais edifícios emblemáticos da Ilha, construídos no tempo das penetrações árabe e portuguesa antes e depois de 1498. Os maiores exemplos são a mesquita Gulamo, a Fortaleza de São Sebastião, a primeira igreja católica em Moçambique, o museu, a capela de Nossa Senhora de Baluarte, as muralhas e ruínas.
Aurélio Rocha disse ainda que o Muhipiti (Ilha de Moçambique), sendo resultado de convergências de culturas, tem apenas um povo e não raças.
“Vale a pena citar alguns hábitos de povos de outros países pelo facto da Ilha de Moçambique servir de entreposto comercial. Pretendemos ajudar a interpretar memórias de vidas passadas e transmitir mensagens da Ilha, projectando, igualmente, a cidade de Muhipiti a despeito do património arquitectónico que justifica desafios e responsabilidades.”
Segundo o livro, habitam na Ilha 14 mil habitantes, numa área de cerca de quatro quilómetros quadrados, sendo a região mais povoada do país.