África
Estavamos em 1950, precisamente na povoação do Alua a poucos quilómetros de Namapa. Tnhamos acabado de vir da Missa no Mirrote, celebrada pelo Padre Manuel sempre amigo da pequenada, e assim os levando para papar as óstias! Meu pai além da machamba de cultivo tinha também uma loja de tecido a metro, e quem se não lembra da fita métrica de madeira?...
Ao longo da varanda os alfaiates, (não, não eram tubarões)...Alfaiates que com sua bata branca e cofió enfiado no coruto da carapinha, coziam as belas e coloridas "capulanas" que as mufanas iriam por á volta da cintura, onde também colocavam os filhotes ás costas, e com eles batiam no pilão de madeira, e daquela farinha fariam depois a "chima", uma massa que depois iriam molhar no peixe seco guisado.
Se sentavam num círculo no chão, e comiam bebendo água nas pequenas cabaças.
Nesse ano houve um ciclone que desvastou casas e campos, nós ficamos sem nada para vestir, a água chegava á cintura.
Valeu-nos o sol que se fazia sentir, e que não nos deixava passar frio.
Pela noite dentro se fazia ouvir os batuques á luz da fogueira até de madrugada...
Minha África que saudades!
São Percheiro