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General: A Rainha Guerreira Nzinga
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De: isaantunes  (Mensaje original) Enviado: 11/07/2010 12:08

 

Na África como nas Américas resistiram á dominação colonial e á escravidão. Foi uma luta marcada por batalhas sangrentas,negociações , atos heróicos e traições. E nos combates dos negros contra o colonialismo português uma mulher se destacou como símbolo de coragem e persistência. Ela foi Nzinga ou Ginga ;como ficou conhecida no Brasil a grande rainha do povo negro de Angola.

 

In:http://www.geledes.org.br/africanos/a-rainha-guerreira-nzinga.html

 

Nzinga Mbandi Ngola kiluanji nasceu em 1582, quando Angola (que na época se chamava reino do Ndongo)começava a ser ocupada pelos portugueses. Sua mãe,Guemguela Camcombe,era uma escrava mbundo. Quando Nzinga nasceu os pais-de-santo do reino previram que caso ela chegasse á idade adulta e se tornasse rainha os rios do reino seria seriam inundados pelo sangue de muitas vitimas. Previram também que a nação seria invadida por homens brancos vindos do mar e que haveria doenças, fome, guerras, tristeza, e miséria em Angola. Cronistas da época diziam que a jovem princesa tinha os mesmos olhos sedutores da mãe, "a cor da noite", e o caráter firme do pai, o mais terrível adversário que os portugueses tinham enfrentado ate então. Apesar de filha do rei dos Mbundos, povo que vivia na parte ocidental de Angola (Ndongo), Nzinga descendida por parte do pai mesmo da realeza Jaga, povo da parte oriental de angola (Matamba). Os Jagas, junto com os Mbundos, estiveram na linha de frente da resistência á penetração portuguesa na África. Povo guerreiro, que ataca seus inimigos com falas, lanças, flechas, azagaias e escudos os jagas eram táticos militares que tinham como principal artifício a surpresa. Viviam em acampamentos muito bem vigiados, os quilombos, escolhendo de preferência e cobre adornando os braços e as pernas. Tinha paixão por tecidos e ropuas, trocando de traje várias vezes ao dia e mantendo seus tecelões permanentemente ocupados. Trezentas aias serviram rainha, revezando-se ininterruptamente em grupo de vez. Nos jantares, até oitenta pratos chegavam a ser servidos.

 

O Estado dirigido por Nzinga tinha uma estrutura burocrática acessível tanto a homens como a mulheres. Os principais critérios para acesso aos cargos e a promoção eram o merecimento e a lealdade. A origem familiar tinha pouca influência. A rainha possuía diversos ministros que a auxiliavam nas atividades de governo. Cada um deles contribuía com servos para o trabalho no campo e ficava encarregado de fiscalizar o trabalho desse pessoal. O reino possuía um sistema de justiça baseado no trabalho de advogados que ouviam as queixas dos clientes e as apresentavam às cortes regionais. Havia ainda um sistema de arrecadação de impostos, que eram pagos pelos sobas. O atraso nesses pagamentos implicava em punições.

Em 1626, Nzinga deixou sua capital na Matamba oriental e armou seu acampamento de guerra numa ilha fluvial próxima à região de Mbaka, a antiga capital Mbundo. Recomeçaram os combates que prosseguiram por vários anos. Durante todo esse tempo os portugueses não param de tentar convencê-la a tornar-se uma aliada do rei. Mas em 1629, depois de uma batalha, duas irmãs de Nzinga, além de vários ministros, foram capturadas e isso ao mesmo tempo em que ela perdia o apoio de importantes chefes regionais. Nzinga inicia então um bloqueio ao comércio de escravos, fechando inúmeros entrepostos existentes no país. Isso afeta diretamente a vida econômica da colônia, totalmente baseada no tráfico de escravos. Os portugueses decidem então perseguir e capturar Nzinga onde quer que ela estivesse.

 

Enquanto isso suas irmãs eram recebidas em Luanda com honras de realeza (os portugueses esperavam formar com elas um governo fantoche que concorresse com Nzinga).

 

Entre 1630 e 1640, Nzinga reconstitui seus exércitos, abalados pelos choques com os portugueses, mas continua mantendo contatos diplomáticos com Luanda. Em 1641, ela recebe a notícia de que os holandeses haviam desembarcado na capital da colônia e entra em contato com eles, fechando um tratado de assistência mútua. Ela esperava contar com a ajuda dos holandeses para destruir a estratégica fortaleza de Massangano, na confluência dos rios Cuanza e Lucala.

 

Com o apoio dos holandeses e do rei do Congo, Nzinga impõe pessadas derrotas aos portugueses, sem no entanto conseguir tomar a fortaleza. A decisiva batalha final por Massangano foi vencida pelos portugueses em 1648.

 

O revez de Massangano e a derrota dos holandeses em Luanda mudariam o pensamento da rainha negra, a essa altura já com 66 anos de idade. O cansaço parece ter vencido a velha combatente no final da vida. Ela assina um novo tratado com os portugueses e começa a negociar a libertação de sua irmã Mocambo, o que conseguiria em 1657. A volta da irmã influência Nzinga a voltar ao catolicismo. Sob influência dos padres católicos, a rainha assinaria um último tratado com os portugueses, pelo qual eles se retirariam da parte oriental do reino em troc a da liberdade de comércio (leia- se tráfico) na parte ocidental. Em 1658 ela se casa com um escravo convertido e durante a cerimônia joga fora seu arco e flexa para demonstrar seu empenho pela paz. Depois disso, 1659, lança suas tropas contra o jaga Kalanda, um antigo aliado que recusara o acordo com os portugueses. Kalanda foi derrotado e Nzinga ordenou que sua cabeça, espetada em pau, fosse enviada ao governador português. Seguiram-se anos de decadência física até sua morte em 1663, aos 81 anos, sem herdeiros.



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