Para o efeito, decorre neste momento o processo de reconhecimento nas comunidades, através de consulta pública, para a aquisição do respectivo título de Direito e Uso de Aproveitamento de Terras (DUAT). Trata-se de uma área de aproximadamente dez mil hectares para o futuro canavial e dez mil tencionados para a exploração de “jatropha”.
De acordo com a Secretária Permanente daquele distrito, Adelina Randinho, o projecto em alusão é da iniciativa de um investidor externo de origem italiana representado pela instituição denominada Polzano.
Pela dimensão da área, entretanto, a efectiva implementação do projecto passa necessariamente pela autorização do Conselho de Ministros. Contudo, as autoridades administrativas locais se mostram bastante ansiosas na concretização dessa actividade a curto prazo.
“Como o projecto vai ser implementado no interior do nosso distrito, acreditamos que vai contribuir na melhoria das estradas. As zonas recônditas se localizam em áreas de difícil acesso e havendo um projecto dessa envergadura vai aliviar o Governo e a comunidade”- disse a nossa fonte.
No seu entender, o referido projecto de biodísel é o primeiro investimento de grande envergadura no ramo da agricultura que o distrito de Caia poderá vir a conhecer nos próximos tempos.
Banhado pelo rio Zambeze, numa extensão de aproximadamente 60 quilómetros de comprimento desde o posto administrativo de Sena até a vila de Caia, o distrito possui terras ricas para a prática de actividades agrícolas.
Em tempos idos, a zona do interior do distrito de Caia fora palco da exploração de diferentes farmas como na produção de algodão, girassol, cereais, cana-de-açúcar, hortícola, incluindo raízes e tubérculos, nomeadamente nos povoados de Camba, Murraça, Chipende, Phaza, Chibongoloa, Sombreiro, Magagade, Licoma, Ntopa, Chatala, entre outros.
Além disso, a região tinha em Murraça a única fábrica a nível da zona centro de descaroçamento do algodão que se encontra completamente destruída. De igual modo, vastas áreas de pastagem com lagoas propícias para o beberamento de gado bovino se encontram entregues à “sua sorte”.
Para já, espera-se que com a projectada exploração de biodísel venham a ser igualmente reactivados os extensos campos agrícolas abandonados há mais de 35 anos. Por isso, o Governo acredita que a implementação do projecto de biodísel vai contribuir na redução dos índices de desemprego e pobreza absoluta que grassam particularmente a região.
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