Uma salada cultural vai marcar a capital moçambicana, esta semana.
Dança, música, entre outras disciplinas constituem o denominador comum da primeira edição do festival Tunduro.
O mesmo vai juntar não só artistas nacionais, como também estrangeiros, mas aqui queremos destacar a presença do grupo Milorho, por ser a única companhia de dança que vai dar corpo ao festival. “resgate” é o prato que o grupo vai levar ao palco do Tunduro, durante uma hora.
“Vamos fazer uma mistura de danças tradicionais a que chamámos resgate, uma forma de viajar pela nossa tradição”, explica Nélia, coordenadora do grupo, para depois acrescentar que “no meio da coreografia vamos fazer um minuto de silêncio em memória às vítimas da pandemia do HIV/Sida, bem como apelar à sua prevenção.
Fundado em Janeiro de 1993, no âmbito de um projecto de gemelagem entre a escola Francisco Manyanga e a escola Holandesa Graaf Engelbrecht, em 1998 o grupo assume personalidade jurídica, como “Associação Grupo de Canto e Dança Milorho”.
Conta com um património cultural de cerca de 50 números de dança tradicional de todo o país, à mistura com as danças moderna e afro, bem como música e canto.
O Milorho é composto por 50 elementos, dos quais 30 no activo, todos apostados em elevar a cultura moçambicana. Já produziu vários bailados longos, casos, por exemplo, de “Lágrimas do passado”, que retrata a batalha de Marracuene, e “Gota da vida”, sobre a preservação dos recursos hídricos.
Tem na bagagem experiências vividas na Holanda, Bélgica, Portugal, Zimbabwe, RSA, Ilhas Maurícias, Brasil e Angola, onde elevou a bandeira de Moçambique em diversos eventos culturais.
A sua principal missão é a preservação e divulgação da cultura moçambicana, com recurso ao canto e dança tradicionais, passando por um processo de pesquisa e posterior readaptação ao palco.
Quem também não quer deixar os seus créditos em mãos alheias é a banda Tucan-Tucan, com um verdadeiro caldeirão de ritmos vibrantes africanos como kwasa-kwasa, marrabenta, mbaqanga, maskandi, em fusão com elementos da América do Sul como samba, salsa e chacarera, com forte influência de jazz, e letras em línguas africanas, espanhol, português e inglês.
O desejo de um grupo de músicos de diferentes culturas e nacionalidades, tais como África do Sul, Argentina e Moçambique, de unir e fundir diferentes estilos de música resultou no lançamento de músicas do mundo afro-tropical em banda.
Importa referir que este festival vai prestar homenagem aos grandes colossos da música moçambicana, como Fany Fumo e Alexandre Langa, e contará com músicos como Wazimbo, António Marcos, Xidiminguana, Arão Litsure, Hortêncio Langa, Chico António, entre outros.
Tony Django será o nome do palco onde o público poderá ver os melhores músicos deste festival gratuitamente. Poderá ainda assistir-se a eventos gratuitos no Mafalala Garden, e os pagos no Centro Cultural Franco-Moçambicano e Cine África.
Os petizes não ficam de lado. também terão o seu lugar neste festival, no jardim Tunduro, com actividades recreativas e atractivas, desenhadas para incutir nelas, desde cedo, a paixão pelas artes.
http://opais.sapo.mz/index.php/cultura/82-cultura/8950-ecos-do-tunduro.html