A feira entra hoje no seu último dia, mas já sem a maioria dos expositores estrangeiros que começaram a abandonar o local no último domingo, data inicialmente prevista para o encerramento da exposição. A FACIM/2010 teve que ser prorrogada por mais dois dias, uma medida que visa compensar os prejuízos resultantes de dois dias de paralisação forçada em consequência das manifestações que semana passada afectaram as cidades de Maputo e Matola.
Alguns expositores justificaram a sua saída prematura da FACIM com o facto de terem programado previamente a sua estada em Maputo até ao último domingo. Entre os pavilhões encerrados desde aquele dia destacam-se a Itália, Brasil e África do Sul. Noutros, apenas ficaram empresas já estabelecidas em Moçambique.
Alguns expositores justificaram este encerramento prematuro dos pavilhões com o facto de a maioria do seu pessoal ter os bilhetes de passagem aérea de regresso aos seus países já emitidos pelas companhias, para além de que as despesas de hospedagem nos hotéis estavam previamente calculadas em função dos dias em que a feira iria decorrer inicialmente.
Não obstante as perturbações criadas pelas manifestações, os expositores mostram-se satisfeitos com a qualidade dos contactos estabelecidos durante a vigência do certame.
Nuno Ataide, expositor português, disse que apesar da sua diferença na forma, as manifestações ocorrem em quase todos os países do mundo, pelo que em nada afectaram os negócios da sua companhia.
“Esta foi a primeira presença nossa aqui na feira, mas tivemos muitos contactos e por isso já estamos a negociar com as autoridades de Moçambique a instalação do nosso grupo. Pensamos em investir, numa fase inicial, cerca de um milhão de dólares e criarmos cinquenta postos de emprego”, indicou Nuno Ataide.
Entretanto, para além da exposição em si, o dia de ontem também serviu para a comemoração do Dia de Moçambique, uma cerimónia dirigida pelo Ministro da Indústria e Comércio, António Fernando. A cerimónia deu também para a premiação dos expositores quer nacionais, quer estrangeiros que mais se destacaram na feira.
Assim, Portugal foi galardoado com o prémio de melhor expositor estrangeiro, numa lista secundada por Itália e a África do Sul.
Já para os nacionais, a província de Cabo Delgado ganhou o prémio de melhor expositor provincial no pavilhão do Ministério da Indústria e Comércio. Nesta categoria ficaram nos lugares seguintes as províncias da Zambézia e Sofala. A província de Manica, vencedora na edição passada, contentou-se, este ano, com o prémio de stand mais informativo no pavilhão do MIC.
António Fernando aproveitou a ocasião para felicitar os participantes, sobretudo os nacionais que, segundo ele, conseguiram transmitir uma boa imagem do país aos estrangeiros. “Sentimos que houve melhorias na qualidade dos produtos expostos e nas embalagens. É preciso dizer que a presença de todos foi útil, porque permitiu atingir os objectivos que são a abertura de oportunidades para a exportação e criação de postos de emprego no país”, indicou.