Abdul Razak fez este pronunciamento à margem de uma conferência internacional sobre o carvão realizada ontem na capital moçambicana, sob iniciativa da companhia britânica Coal Tranve, de parceria com o Ministério dos Recursos Minerais, juntando empresas nacionais e internacionais, especialistas e outros interessados pelo carvão mineral e seus derivados.
A iniciativa tinha como principal objectivo expor e avaliar o potencial de carvão na África Subsahariana e a possibilidade de Moçambique fornecer o minério à Índia. Esta foi a segunda conferência internacional sobre o carvão a realizar-se em Maputo em menos de dois meses.
Justifica esta corrida para Moçambique o facto de o país estar a preparar-se para a médio prazo se tornar na maior referência mundial na produção e exportação de carvão mineral. É que estudos recentemente realizados mostram a existência em quase todo o país de reservas superiores a 23 biliões de toneladas de carvão mineral.
A avalancha de empresas interessadas na exploração do recurso levou o Governo a atribuir até ao momento cerca de 105 títulos mineiros nesta área.
Convidado a debruçar-se sobre o potencial nacional, logística-transporte, possibilidade de utilização de vias férreas e portos, ganhos financeiros e emprego para o país, bem assim a responsabilidade social, Razak esclareceu, primeiro, que muitas das empresas licenciadas no sector do carvão encontram-se na fase de prospecção e pesquisa, contudo duas grandes companhias, nomeadamente a Vale Moçambique e a Riversdale preparam-se para iniciar ainda este ano com as explorações.
O que se espera é que quando atingirem a fase de pico as duas empresas estejam em condições de produzir até 46 milhões de toneladas de carvão por ano, mas Abdul Razak considera que nos próximos três a seis anos mais três projectos vão entrar para a fase de exploração do carvão.
Ele apontou que o grande desafio do momento para Moçambique é a questão das infra-estruturas de logística, porque, como se sabe, a Linha de Sena se mostra insuficiente para o escoamento de todo o carvão existente em Tete.
A fonte considera que a outra preocupação do Governo moçambicano é a necessidade de se evitar a exportação dos recursos em bruto, o que passa por uma pequena transformação doméstica, de modo a se adicionar algum valor aos minérios.
“Para isso houve um trabalho, pelo menos com as duas empresas que vão arrancar com a produção brevemente, sobre a necessidade de se pensar noutros projectos complementares. Por exemplo, associado a estes existem outros dois projectos que prevêem a construção de duas centrais térmicas que vão produzir até 3500mW de energia”, sublinhou, Rasac, para quem o carvão também poderá ser usado para a indústria do cimento, siderúrgica, entre outras áreas vitais para a economia nacional.
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