08/10/2010
O Aeroporto de Chingodzi, que serve a cidade central de Tete, pode estar em cima de cerca de 4 biliões de toneladas de carvão mineral, facto que deverá ser confirmado após a conclusão de aturados estudos a serem efectuados pela Riversdale Capital Moçambique, Limitada, companhia de origem australiana.
Para confirmar as quantidades do minério ali existentes, a Empresa Aeroportos de Moçambique e a Riversdale, que em Tete detém importantes concessões de terras para a exploração de carvão, assinaram em Maputo um memorando de entendimento.
Na eventualidade de os estudos confirmarem a sua existência, o Aeroporto de Chingodzi poderá vir a ser a transferido para dar lugar à exploração do carvão, um importante recurso energético para várias indústrias, incluindo a geração de energia eléctrica.
O complexo aeroportuário de Chingodzi faz parte da área de concessão 496 feita a favor da Riversdale, a qual abrange igualmente outras infra-estruturas, com destaque para a estrada para a Zâmbia e uma escola, empreendimentos que poderão também serem transferidos.
Em Junho a Riversdale Capital Moçambique deu a conhecer oficialmente ao Governo sobre a possibilidade da existência de carvão debaixo das instalações do aeroporto, tendo desde então iniciado contactos com o Executivo na procura das melhores formas de viabilizar a sua exploração.
“Pensamos que estamos perante um jazigo muito significativo e, provavelmente, o maior em Tete e no país”, disse Jennifer Garvey, gerente jurídica da Riversdale, momentos após rubricar o entendimento.
Ressalvou que a empresa de mineração está ainda a analisar os resultados dos estudos preliminares, bem como as implicações da transferência do aeroporto. “Mas pelo estudos até aqui efectuados tudo leva a crer tratar-se de uma grande reserva”, frisou Jennifer Garvey.
Descreveu a assinatura do memorando de entendimento como um marco importante para a realização dos objectivos da província de Tete, por um lado, e da Riversdale, por outro.
Manuel Veterano, Presidente do Conselho de Administração da Aeroportos de Moçambique, disse, por seu turno, que o memorando representa o início oficial da avaliação de locais que podem acolher a nova infra-estrutura aeroportuária e arranque de estudos de impacto ambiental.
No ano passado a Aeroporto de Chingodzi beneficiou de importantes investimentos, que consistiram, sobretudo na montagem de equipamento VOR, bem assim na modernização da torre de controlo.
Fruto da combinação dos investimentos realizados e da dinâmica que está a ser criada na zona pelos preparativos do arranque da exploração de carvão em Moatize, o Aeroporto de Chingodzi está a registar uma aumento da carga manuseada na ordem de 27 porcento em relação ao ano passado, segundo dados fornecidos por Manuel Veterano.
“O desenvolvimento que a província está a ter na área de carvão está a levar muita gente para Tete e isso implica o transporte de carga”, referiu Manuel Veterano.
Neste momento a Riversdale tem 22 licenças mineiras em Tete, das quais uma concessão mineira – Projecto de Benga, em fase de construção da mina, devendo começar a exportar a partir do terceiro trimestre do próximo ano.
(RM/Notícias)
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