Está patente no Instituto Camões, em Maputo, desde terça-feira, a exposição iconográfica “A 1ª República Portuguesa em Moçambique”.
Organizada pelo Arquivo Histórico de Moçambique, por ocasião das comemorações do centenário da República Portuguesa no passado dia 5 de Outubro, a mostra pretende dar a conhecer a influência que a mudança de regime na então metrópole teve na então colónia de Moçambique.
“Moçambique, enquanto colónia portuguesa, sofreu influência económica, social e cultural do que se passou em Portugal. O que está aqui patente diz respeito ao período que vai de 1910 até 1926 quando se deu o golpe militar de 28 de Maio que viria depois a institucionalizar o Estado Novo e a ditadura de Salazar”, referiu, ao SAPO MZ, Joel das Neves Tembe, director do Arquivo Histórico.
E acrescentou: “Trouxemos aqui o que foi possível trazer, quer a nível de material iconográfico bem como de textos dos jornais da época e de documentos administrativos. Sugerimos 15 painéis organizados a partir da imprensa dando ênfase aos aspectos políticos, sociais e sindicais que são os campos que tiveram maior impacto.
Estes painéis revelam também como foram criados os Centros Republicanos em Lourenço Marques (actual Maputo), Xai-Xai e Inhambane, algumas acções da Carbonária, a figura incontornável de João Albasini e o jornal “O Africano” e o “Grémio de Lourenço Marques” que é um dos primeiros movimentos associativos que surge em Moçambique.”
Em um dos painéis é também possível ver as revoltas que naquela ainda existiam contra a ocupação colonial com destaque para a do Barué no Zambeze que, pela sua dimensão, ultrapassou as fronteiras de Moçambique chegando ao Zimbabwe.
Cristóvão Araújo
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