As lições que nos chegam do Chile, da “Operação Resgate dos Mineiros de S. José”.
Este país vulgarmente dito da “América Latrina” deu várias lições ao mundo que convém não ignorar.
O Chile:
Saído do Pinochet, refez-se. Tem feito contas com a história.
Saído de um tremendo sismo e tsunami, refez-se. Sem choradinhos.
Agora a “Operação Resgate” onde se viu a braços com um salvamento nunca antes feito noutra parte do mundo. Sacar cá para fora 33 homens encurralados a 700 m de profundidade.
Vamos começar pela lição de amor aos seu mineiros, em contraste com os russos, por exemplo, no caso do submarino onde deixaram morrer mais de 100 marinheiros da forma mais vil.
Não esqueço uma mulher a ser injectada em plena demonstração de repulsa, pela forma como o governo desprezou os seus homens, pelo estúpido segredo militar.
Não esqueço os mineiros chineses que morrem como toupeiras encurraladas.
Não esqueço os mineiros portugueses que são esquecidos nas suas doenças.
A “Operação Resgate” teve um planeamento exemplar. Não anunciaram um salvamento para amanhã, para depois ser adiado para o próximo mês e para o próximo ano, como sucederia cá.
Não, foi anunciado para o Natal e antecipado dois meses. Brilhante!
Na “Operação Resgate” não enriqueceu nenhum político. Nem mesmo vai acontecer nenhuma derrapagem financeira. A empresa mineira viu as suas contas congeladas para não se furtar às responsabilidades como pretendia fazer.
A “Operação Resgate” foi de tal forma planeada que não se viu ninguém, atropelar ninguém. Todos sabiam perfeitamente bem… o que fazer. Engenharia perfeita como dizia a BBC. Todo o mundo irá beber na experiência e na lição Chilena. Todo o mundo está vergado.
Na “Operação Resgate” os jornalistas estiveram sempre arredados da zona de trabalhos, com a sua bancada construída para o efeito. Mais de 2000.
Na “Operação Resgate” não se viram molhadas de polícias ou militares para conter a turba de familiares, jornalistas, curiosos e alcoviteiros.
Na “Operação Resgate” nenhum chefe de bombeiros, médico, engenheiro, ou penetra… deu entrevistas idiotas para a televisão.
Na “Operação Resgate de S. José” falou-se pouco e trabalhou-se muito e bem.
Na “Operação Resgate” nada foi deixado ao acaso. Tudo foi previsto, tudo foi calculado.
O joelho só serviu para dobrar a perna e não como mesa de trabalho.
O mundo está rendido à eficácia dos Chilenos.
Meditem no lameiro que está à nossa porta.