21/10/2010
Apesar de ser um país com um défice crónico de alimentos, Moçambique regista as maiores exportações informais de cereais na África Austral, indica o Relatório de Avaliação da Situação de Segurança Alimentar e Nutricional em Moçambique.
Segundo o Relatório do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) do Ministério da Agricultura, "Moçambique lidera a lista de exportações informais de milho, com 54 por cento de exportações regionais para Malawi (11,887 toneladas métricas), Zâmbia (943) e Zimbabwe (uma tonelada), com um acumulado de cerca de 14,000 toneladas métricas de Abril a Junho do ano corrente".
Durante o ano passado, foram vendidas por produtores informais moçambicanos 33 mil toneladas métricas de milho aos países vizinhos, contra apenas 20 mil do segundo maior exportador informal, Malawi, e 10 mil do terceiro, Zâmbia.
O centro e o norte de Moçambique são as duas regiões do país que mais comércio informal transfronteiriço de milho realizam, apontando-se as dificuldades de acesso ao mercado interno como a principal razão da situação.
"O fluxo normal dos produtos agrícolas comercializados no país é no sentido norte e centro (zonas produtivas), para a zona sul (zona consumidora) e também para os países vizinhos, através do comércio transfronteiriço", lê-se no Relatório SETSAN.
O documento aponta para um crescimento na produção de cereais na ordem de 3,9 por cento, para 2.917.529 toneladas de cereais, em 2011, dos quais 2.188.544 toneladas de milho e 282.000 toneladas de arroz.
Nas leguminosas estima-se uma produção de 436.430 toneladas, um rescimento de 3,6 porcento, e a mandioca 10.661.499 toneladas.
Um total de 350 mil pessoas precisam de assistência alimentar urgente e de sementes agrícolas, em 67 distritos de Moçambique, até chegarem às próximas colheitas, a partir de Março de 2010, de acordo com a mesma avaliação.
(RM/Angop)
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