No distrito de Palma, em Cabo Delgado
Em conexão com o assunto, a PRM deteve seis membros da tripulação de nacionalidade tanzaniana e apreendeu o respectivo barco em que os supostos ilegais viajavam.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) no distrito de Palma, extremo norte da província de Cabo Delgado, apreendeu recentemente uma embarcação, supostamente, proveniente da Tanzania, com 102 pessoas a bordo, das quais 96 somalis e seis tripulantes marinheiros de nacionalidade tanzaniana que, alegadamente, pretendiam entrar de forma ilegal no território nacional.
Esta informação foi facultada a este diário pelo comandante provincial da Polícia da República de Moçambique em Cabo Delgado, Vasco Lino, segundo o qual os 96 somalis ficaram retidos em Palma, enquanto os seis tanzanianos foram transferidos para a cidade de Pemba, onde se encontram detidos para averiguações.
Segundo referiu Vasco Lino, os autos-criminais já foram encaminhados para o Ministério Público, entidade que vai levar avante os processos subsequentes. “A polícia já fez o seu trabalho. Agora cabe ao Ministério Público continuar com os processos, mas para nós não restam dúvidas que os seis tripulantes serão condenados por crime de violação de fronteira”, disse.
Num outro desenvolvimento, o nosso interlocutor fez saber que a embarcação usada no transporte dos ilegais, ora a contas com as autoridades policiais, está também retida em Palma.
A província de Cabo Delgado tem sido frequentemente usada como ponto de entrada ilegal de muitos estrangeiros provenientes, na sua maioria, da região dos Grandes Lagos - onde se localizam países como Somália, Etiópia, Congo Democrático, Eritreia, Burundi, Ruanda -, conturbada de ponto de vista de insegurança política-militar.
Crimes vs imigrantes ilegais
Vasco Lino diz que são poucos os casos em que, pelo menos em Cabo Delgado, os estrangeiros se envolvem em acções criminais, sabendo apenas que os ilegais usam esta província como ponto de entrada para outros pontos do país, ou mesmo para a vizinha África do Sul – um dos destinos preferenciais de muitos estrangeiros, porque de lá conseguem partir para outros pontos do mundo.
Lino acrescentou que os imigrantes afirmam que fogem de guerra nos seus países de origem, mas há outros que dizem que vêm a Moçambique para tentar prosperar na vida.
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