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No âmbito da quadra festiva
A escassas semanas da quadra festiva, as minas sul-africanas estão a intensificar as últimas actividades do ano, com vista ao encerramento das respectivas companhias, tudo porque, quando se chega a esta altura do ano, os trabalhadores vão para o descanso colectivo.
Cerca de 30 mil trabalhadores moçambicanos, dos 41 mil oficialmente existentes na África do Sul, vão escalar o país para passar as festas do Natal e de fim do ano.
Em entrevista ao “O País”, o delegado do Ministério do Trabalho (MITRAB) na África do Sul, Custódio Cuna, garantiu-nos que todos os preparativos para o encerramento das companhias mineiras e a consequente deslocação, em massa, dos trabalhadores moçambicanos à sua terra natal, decorrem a um ritmo acelerado.
A título de exemplo, Cuna disse que, recentemente, escalou as companhias mineiras Morray and Roberts e Impala Platinium Mine, que empregam milhares de trabalhadores moçambicanos, para, dentre vários aspectos, se inteirar-se das suas preocupações e dos preparativos para a deslocação a casa.
Plano para quadra festiva
A quadra festiva e a Páscoa são considerados períodos de pico, em que os trabalhadores moçambicanos das minas da África do Sul, e não só, regressam em massa ao país. É daí que nessas alturas aumentam, também, as reclamações sobre os serviços prestados nas fronteiras, particularmente de Ressano Garcia, do lado moçambicano, e Lebombo, do lado sul-africano.
Contudo, para minimizar o sofrimento dos moçambicanos que se deslocam ao país na quadra festiva, particularmente mineiros, a delegação do MITRAB vai colocar na fronteira de Ressano Garcia, seus funcionários, que vão garantir todo o serviço de apoio a este grupo.
Mas a medida não se limitará apenas à fronteira de Ressano, pois outros locais problemáticos nessa altura são os terminais da Companhia Vaal Maseru, na África do Sul, que ficam cheios de mineiros que pretendem regressar a Moçambique. Porém, devido à crescente procura de transporte, nem sempre a companhia consegue responder, a tempo e hora, à pressão exercida, optando, muitas vezes, por enviar ao país autocarros, alegadamente, em piores condições de conforto quando comparados com os outros que fazem o mesmo serviço para países como Lesotho, Zimbabwe, Suazilândia e Malawi.
Quanto a este aspecto, Custódio Cuna avançou que a companhia Vaal Maseru já assumiu que irá disponibilizar os melhores autocarros para transportar os mineiros.
Trabalhadores das farmas sem vistos
Cerca de 5 mil moçambicanos que trabalham nas farmas sul-africanas correm o risco de ficarem retidos na vizinha África do Sul, devido à falta de visto de trabalho, emitido pelo Ministério do Interior daquele país. O problema é que, de algum tempo para cá, este serviço ficou centralizado no governo de Pretória.
Sucede, no entanto, que, devido à pressão exercida sobre este organismo, se alega que o mesmo não poderá conseguir conceder vistos aos moçambicanos trabalhadores das farmas, a maioria das quais fica muito distante de Pretória. Embora a situação esteja a embaraçar a delegação do MITRAB na África do Sul, Cuna disse estar esperançado que as entidades sul-africanas consigam ultrapassar esta questão, de forma a garantir festas felizes aos cerca de 5 mil moçambicanos empregues nas farmas.
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