Carlos Pinto Coelho morreu nesta quarta-feira vítima de ataque cardíaco. Chegou a ser internado de urgência e submetido a uma cirurgia, mas não resistiu. Em Novembro de 2005 teve dois enfartes. Cinco anos depois, aos 66 anos, o coração do jornalista e escritor voltou a falhar - desta vez para sempre. Ficou por cumprir o sonho de regressar com o seu Acontece à Telecinco, canal televisivo de que foi porta-voz mas que não saiu do papel. Regressado há uns meses à televisão, apresentava especiais na RTP Memória, como por exemplo o frente-a-frente com dois rivais de há 35 anos no 25 de Novembro, Vasco Lourenço e Duran Clemente.
Nascido no Porto, Carlos Nuno de Abreu Pinto Coelho foi viver para Moçambique ainda bebé. Aí viveu até aos 19 anos, altura em que trocou Lourenço Marques (actual Maputo) por Lisboa para estudar na universidade. Ao quinto ano desistiu de Direito e ingressou no jornalismo. Primeiro no Diário de Notícias - do qual foi saneado à época em que José Saramago era subdirector -, depois esteve na fundação do Jornal Novo até ser convidado, aos 33 anos, para editor de política internacional.
Da experiência na RTP - onde foi director de informação e de programas - tinha um orgulho especial em ter lançado as bases da RTP Internacional e da RTP África, bem como de ter lançado a versão portuguesa da Rua Sésamo(«a menina dos meus olhos», disse em entrevista ao SOL) .
Carlos Pinto Coelho era casado e deixa quatro filhas, duas do primeiro casamento.
http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=7061