25 de Outubro de 2010, 13:18
Miguel Anacoreta é o presidente de um diamante em bruto chamado União das Cidades Capitais da Língua Portuguesa. A UCCLA, sigla que encerra toda essa designação, tem como missão manter viva a língua portuguesa mas não só.
É logo ali na rua abaixo depois do Largo do Rato, em Lisboa, que no edifício da UCCLA, o Presidente Miguel Anacoreta Correia apresenta o seu “diamante em bruto”. Na entrada, um mapa mundo em tons de azul dá as boas-vindas a quem chega até esta casa; na parede estão marcadas através de fotografias, todas as cidades pertencentes à União das Cidades Capitais da Língua Portuguesa, de Timor-Leste a Brasília.
Para muitos, esta é uma união mais ou menos desconhecida. Contudo, as cidades que fazem parte da UCCLA e que beneficiam da sua acção reconhecem-na bastante. Na prática esta instituição tem uma forte componente social e cultural, nas palavras de Miguel Correia, " Nós montamos os projectos, isto tem uma montagem que é complexa e é preciso desenvolver o diálogo com a União Europeia, com o IPAD e com as cidades (…) os nossos apoios vão no sentido dos Objectivos do Milénio”
Actualmente a presidência da UCCLA está ao cargo de Salvador da Baia, embora no próximo ano, em Maio, aquando da Assembleia Geral, haja a possibilidade de passar para Angola.
Quanto à gestão do critério para entrar na UCCLA, Miguel Anacoreta Correia enfatiza a valor que as cidades têm nos dias de hoje: “Nós temos que explicar ao grande público que as cidades são muito importantes para os países, são o elemento mais importante de competitividade e que grande parte dos problemas passa por esses motores de desenvolvimento.”. Em última instância põe-se o problema quanto ao tipo de análise que deverá ser feita: “Se devemos limitar o numero para pudermos dar uma assistência pessoal aos problemas de cada cidade ou se pelo contrário, devemos ter uma estrutura mais ou menos aberta?”
“A UCCLA é um diamante em bruto”
Depois de ter tido um percurso profissional direccionado para outro lado, Miguel Anacoreta Correia afirma estar realmente satisfeito com o cargo que agora ocupa. Desde a criação da UCCLA a 28 de Junho de 1985 durante o mandato de Nuno Krus Abecassis – onde fizeram desde logo parte Lisboa, enquanto fundadora, Bissau, Luanda, Macau, Maputo, Praia, Rio de Janeiro e São Tomé/Água Grande.
Inicialmente tinha um relacionamento institucional com as cidades, neste momento a sua acção é bastante mais alargada, especialmente aos campos culturais e sociais.
A UCCLA engloba hoje 29 cidades e algumas dezenas de empresas, mas o seu actual universo de 30 milhões de pessoas poderá em breve ser alargado perante a perspectiva de novas e importantes adesões, já em adiantada preparação.
Quem é Miguel Anacoreta Correia?
Antes de mais é um português nascido a 1 de Janeiro de 1944. O seu percurso académico passou pela Engenharia Civil, tendo-se especializado no sector dos Transportes. Fez parte do Governo de Sá Carneiro ao ser deputado e Secretário de Estado dos Transportes no VI Governo Constitucional e foi Secretário de Estado da Defesa Nacional no VII Governo Constitucional. A nível partidário, foi Vice-presidente do CDS. Além disso, Miguel Correia foi Alto Funcionário da União Europeia, no quadro das relações com os países ACP (África, Caraíbas e Pacífico) e Director para a América Latina.
Nos dias que correm é Conselheiro de Estado por designação do Presidente da Repúblics, Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva e consultor na área de Transportes. Em Março de 2009 assumiu o cargo de Secretário Geral da UCCLA.
25º Aniversário da UCCLA
Para comemorar o 25º aniversário da UCCLA vai decorrer no Teatro Tivoli, em Lisboa um espectáculo “A viagem do fado”. Ao palco do Tivoli vão subir: grupo Alma de Coimbra, António Zambujo, Bernardo Sassetti, Carlos do Carmo, Edu Miranda, Jon Luz, Lura, Luanda Cozetti, Pedro Jóia, Rão Kyao, o Quarteto Dzvin+Juan e Graciana, Raquel Tavares, Sónia Shirsata e Toy Vieira, que serão acompanhados pelos músicos Ricardo Cruz, Carlos Manuel Proença, Carlos Martins e José Manuel Neto.
@Eliana Silva
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