Isabel Palma (23-12-10)
Através da comparação das sequências de ADN das diferentes espécies de elefantes foi possível traçar o perfil genético destes animais. As diferenças genéticas existentes ente o Elefante-da-savana e o Elefante-da-floresta são mais uma prova da sua distinção enquanto espécies.
Um grupo de investigadores da área da genética pode ter resolvido um debate que se prolonga há mais de uma década, sobre a existência de duas espécies distintas de elefante no continente africano. Estes resultados foram obtidos através da comparação das sequências de ADN das diferentes espécies de elefantes referidas.
Estas duas espécies encontram-se normalmente em habitats distintos: uma na savana e outra na floresta. Para além dos diferentes habitats, apresentam diferenças na forma e no tamanho (os Elefantes-da-savana apresentam cerca do dobro do peso dos Elefantes-da-floresta) o que levou os cientistas a concluir a existência de duas espécies: Elefante-da-savana (Loxodonta africana) e Elefante-das-florestas (Loxodonta cyclotis).
Estes novos dados, publicados na revista Public Library of Science Biology, sobre o perfil genético destes animais são mais uma prova da sua separação. “A divergência entre as duas espécies ocorreu no período em que os elefantes asiáticos se separaram dos mamutes” refere Michi Hofreiter, um especialista em DNA antigo, da Universidade de York. “A separação entre os elefantes que vivem na savana e na floresta é quase tão antiga como a separação entre os humanos e os chimpanzés. Este resultado foi uma surpresa para todos. ”
Segundo este estudo, estas duas espécies foram separados há 3 milhões de anos e são tão distintas entre si como os Elefantes-asiáticos são dos mamutes.
A conservação do elefante em África apresenta um padrão irregular. Nos países do Sul as populações crescem a um ritmo tão acelerado que os governos tiveram que considerar abates. No entanto, a situação é muito diferente na África Central e Ocidental, onde a caça, contrabando de marfim e comércio de carne de animais selvagens estão a fragmentar as populações. No momento o elefante africano está “listado como vulnerável mas se forem duas espécies, é possível que apareça numa categoria mais grave.”
Ao existir a separação das duas espécies, o Elefante-da-floresta é o mais vulnerável uma vez que se encontra em áreas onde a caça ilegal e o contrabando são abundantes. Possivelmente, a confirmação da separação de espécies poderia concentrar os esforços de conservação onde são mais necessários, de acordo com Simon Stuart, presidente da International Union for the Conservation of Nature's Species Survival Commission (SSC). “Poderia ajudar a realçar a questão da África Central“, refere.
Fonte: www.bbc.co.uk
http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=20&cid=28255&bl=1