A jornalista portuguesa Alexandra Borges investigou a vida de vários doentes oriundos dos países PALOP que originalmente vem para Portugal para serem tratados. Contudo, para muitos é uma “Viagem sem regresso”
De acordo com a reportagem da TVI, milhares de doentes dos PALOP desembarcam em Portugal para terem acesso a um melhor sistema de saúde devido a antigos acordos de colaboração entre os países.
Na prática, o Estado português assegura os tratamentos de saúde a Angola, Moçambique, S. Tomé, Guiné Bissau e Cabo Verde, enquanto cada país tem que garantir as despesas com transportes, medicamentos, alimentação e casa.
No entanto, aquilo que acaba por acontecer é que depois dos doentes terem alta do hospital tornam-se num “grave problema social”, segundo Alexandra Borges, devido a vários motivos: porque as embaixadas não pagam os subsídios ou pagam tardiamente; porque passam demasiado tempo em tratamento e porque não tem meios monetários de subsistir.
Na reportagem publicada por Alexandra Borges, a denúncia é feita pelos próprios médicos: 'estes doentes vêm morrer a Portugal e chegam tarde demais, muitos com diagnósticos errados e alguns até com diagnósticos falsos que lhes servem de bilhete de entrada no país e quando alguém entra desta forma significa que há alguém doente que ficou para trás e pode morrer'. Aqui, um dos rostos que ilustra este trabalho é Bubakar, uma criança que acabou por falecer no Instituto Português de Oncologia em Lisboa deixando uma mãe sozinha e ilegal em Portugal.
'Viagem sem regresso' é uma grande reportagem da jornalista Alexandra Borges, com imagem de João Franco, montagem de Vasco Crespo e grafismo de Ricardo Rodrigues.
SAPO com TVI
http://noticias.sapo.mz/info/artigo/1120437.html