15/01/2011
A Bacia do Zambeze, no centro de Moçambique, corre o risco de voltar a ficar inundada, na sequência de descargas a serem efectuadas, nos próximos dias, pela Barragem de Kariba, na Zâmbia.
Segundo o Centro Operativo Nacional de Emergência (CENOE), devido a chuvas fortes que se registam na Zâmbia, a montante do Rio Zambeze, a barragem de Kariba já não tem capacidade para encaixar as águas e vê-se obrigada a abrir as suas comportas.
Não se sabe ainda o volume de água a ser descarregada por aquela barragem vizinha. As autoridades zambianas vão informar à contraparte moçambicana sobre a quantidade de água a ser evacuada para o Rio Zambeze, assim que iniciar a abertura das comportas.
As novas descargas podem complicar a situação do Vale do Zambeze, embora o nível das águas, neste momento, esteja abaixo do alerta e com tendência a baixar.
De referir que, em Dezembro, houve inundações no Vale do Zambeze, na sequência das descargas da Barragem de Cahora Bassa, que totalizaram pouco mais de cinco mil metros cúbicos por segundo.
Actualmente, as descargas de Cahora Bassa rondam os 1.900 metros cúbicos por segundo.
Previsões meteorológicas para o período que vai de 14 a 20 do corrente mês indicam a possibilidade de continuação da ocorrência de chuvas intensas no Zimbabwe e na parte sul da Zâmbia.
Prevê-se ainda chuva em regime moderado a forte na zona centro, concretamente nas províncias de Tete, Manica e interior de Sofala e Zambézia, bem como para o interior de Nampula e Niassa, no norte, e parte do alto Changane, em Gaza, no sul do país.
Segundo o CENOE, as bacias de Púnguè, em Sofala e Maputo, continuam em alerta e com tendência de subir, e há possibilidade de redução de níveis hidrométricos em Magude (bacia de Incomati).
Enquanto isso, a bacia do rio Limpopo continuará a registar subida de nível hidrométrico face ao incremento das descargas de Massingir, bem como as afluências de montante.
As restantes bacias hidrográficas poderão registar variações dos níveis hidrométricos, com tendência para subir, contudo poderão manter-se abaixo de alerta.
(RM/AIM)
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