A arte das tatuagens
Porquê fazer uma tatuagem? Porque está na moda? Quem faz e quem procura tatuagens? A Chocolate foi tirar estas dúvidas com um profissional angolano e saber quais as tendências.
Sabia que existem registos arqueológicos de tatuagens realizadas 4000 anos a.C., no Egipto? Que eram uma prática comum nos nativos da Polinésia, das Filipinas, da Indonésia e da Nova Zelândia e estavam associadas a rituais religiosos? Que, na época medieval, foram punidas pela Igreja e vistas como um acto demoníaco e de vandalismo do corpo humano? Que na Segunda Guerra Mundial foram utilizadas por soldados e marinheiros para gravarem o nome da pessoa amada? Mas há muito que se lhe diga sobre esta cultura, que tem passado de geração em geração.
As tatuagens tornaram-se uma tendência de moda em todo o mundo, a começar pelas celebridades, actores, cantores e modelos, que exibem as suas tatuagens e que os fâs querem imitar.
Quem não conhece as tatuagens de Angelina Jolie? A última, no braço, exibe as coordenadas dos locais de nascimento dos filhos: Cambodja (Maddox), Etiópia (Zahara), Namíbia (Shiloh) e Vietname (Pax). Mas parece ser Amy Winehouse a vencedora no total de tatuagens (nas costas, nos braços, no ventre): o seu corpo exibe várias tatuagens e com certeza cada uma com a sua história. São inúmeras também as tatuagens de David Beckham, a última com a imagem de Victoria no braço esquerdo. Já a cantora Rihanna fez recentemente a quinta tatuagem, uma constelação que começa na nuca e alonga-se pelas costas. Rhianna já tem uma nota musical no tornozelo, uma estrela na orelha esquerda, o símbolo do signo de peixes atrás da orelha direita e uma oração em sânscrito na bacia.
Para certas pessoas, as tatuagens contam a história de uma vida, como uma biografia que só a morte pode apagar, como uma identidade só delas. Dizem mesmo alguns sociólogos que «o corpo escrito, na sociedade moderna, é um conceito de identidade cada vez mais procurado». Em Angola, já há quem goste de tatuar símbolos nacionais no corpo, uma forma de perpetuar também a cultura do País.
Fofão Tattoo, como é conhecido Kay Silva, é tatuador de profissão há nove anos. Já fez inúmeros trabalhos: a última contagem chegava às 1575 tatuagens, mas, entretanto, já lhes perdeu a conta. Para ele, tatuar «é uma arte, um quadro, uma pintura e uma forma de vida». «Tenho clientes que fazem tatuagens inspiradas na cultura angolana. Por exemplo, pedem para desenhar o Pensador ou a welwitschia mirabilis. Nós, angolanos, temos de valorizar a nossa cultura e existem máscaras Tchokwé muito bonitas, assim como a figura da mulher africana e outros símbolos da nossa história.»
Curiosamente, as tatuagens são mais procuradas quando se aproxima o Verão, quando se exibe o corpo mais nu. Uns escolhem-nas pela sensualidade, outros pelo simbolismo, pela história, outros, ainda, jamais tatuariam fosse o que fosse no seu corpo. Mas se pensar em fazer uma tatuagem tenha em atenção que o deve fazer num local seguro, que respeite todas as condições de segurança, saúde e higiene, e que deve escolher algo que tenha realmente um significado muito especial.
Para os que gostam de tatuagens, dizem que após a primeira, vem sempre a segunda. Depois, para os supersticiosos, a terceira, porque não se deve ficar em número par. A partir daqui, há, inclusive, quem não pare nunca. ©
Texto: Ana Maurício
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