Caso não se pague o resgate avaliado em cinco milhões de dólares
Dos 24 cidadãos feitos reféns há sensivelmente 50 dias, 19 são moçambicanos e todos estavam ao serviço da “Pescamar”, quando foram sequestrados no largo do Bazaruto.
Os 24 cidadãos, dos quais 19 moçambicanos, feitos reféns por piratas somalis, desde Dezembro último, poderão ser executados num prazo de sete dias, contados a partir da quarta-feira passada, caso o Governo ou a Pescamar não desembolsem o valor exigido pelos piratas para o efeito de resgate.
De acordo Tina Oliveira, irmã de um dos moçambicanos sequestrados, Olívio Oliveira, os piratas exigem um valor estimado em cinco milhões de dólares americanos para a libertação dos sequestrados.
Porém, em contacto telefónico com o nosso jornal, um dos piratas disse que o Governo ou a Pescamar deve pagar 500 dólares para que os reféns sejam devolvidos ao nosso país.
Na referida conversa mantida entre o nosso matutino e o pirata, pedimos falar com um dos moçambicanos reféns, mas a solicitação não foi aceite. Os somalis disseram que tal só seria possível mediante o pagamento do valor exigido. “Enviem-nos o dinheiro que terão os vossos amigos”.
Governo reage
O ministro das Pescas, Victor Borges, reagindo ontem ao assunto, disse que o Governo ainda não recebeu nenhuma informação relativa ao pedido de resgate dos cidadãos feitos reféns por somalis.
Victor Borges considera estranha a atitude dos somalis, alegadamente por não ser seu costume exigir valores aos governos, mas sim a empresas proprietárias das embarcações que, neste caso concreto, seria a Pescamar.
No total, os piratas têm na sua posse 36 embarcações, sendo o “Vega 5” a vigésima sétima embarcação a chegar ao local. Curiosamente, nenhum desses sequestros foi notificado a um governo, mas sim às empresas proprietárias, afirmou o titular da pasta das Pescas.
Famílias continuam desesperadas
Na ausência de uma palavra satisfatória do Governo e/ou do proprietário da embarcação a responder positivamente às chantagens dos piratas somalis, as famílias das vítimas continuam num autêntico sofrimento, devido, por um lado, à ausência dos parentes e, por outro, à falta das condições de vida, já que alguns sequestrados eram chefes de famílias.
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