O Director-Geral do Instituto Nacional de Gestão das Calamidades (INGC), João Ribeiro, revelou que 145 pessoas foram evacuadas de Chueza para o bairro Samora Machel, na vila de Marromeu, enquanto a UNAPROC resgatou nas últimas 24 horas no povoado Catember 31 vítimas para a zona de reassentamento Zona Verde, em Mopeia.
Presentemente, a atenção está concentrada também na acomodação dos resgatados, tendo arrancado ontem, em Marromeu, a montagem de 30 tendas, a criação de condições de saneamento básico e a limpeza do canal de acesso à navegação para o posto administrativo de Malingapansi.
Segundo o Governador de Sofala, Carvalho Muária, as inundações que fustigam particularmente a sua área de jurisdição já destruíram 367 hectares de diversas culturas alimentares na bacia do Save, em Machanga, e cinco no vale do Púnguè, em Nhamatanda. Disse igualmente que o Zambeze arrasou 728 hectares em Chemba, 1544 em Caia e 32 em Marromeu.
Do resgate de Marromeu, o governante fundamentou que a evacuação das 145 pessoas, o equivalente a 30 famílias, ficou a dever-se à destruição do dique de protecção daquela vila autárquica, o que fez com que a água atingisse as zonas residenciais.
Precisou ainda que a presente época chuvosa condiciona a circulação rodoviária entre Marínguè/Canxixe/Chemba, Marínguè/Chauaua, Gorongosa/Piro e Nhamatanda/Metuchira (a ponte sobre o rio Metuchira está submersa).
Entretanto, as autoridades gestoras da barragem de Cahora Bassa reduziram as descargas para 2000 metros cúbicos por segundo desde as seis horas da passada quinta-feira, o que poderá contribuir substancialmente para a minimização da situação das cheias no baixo Zambeze.
Na altura do pico da chuva, nos princípios deste mês, a HCB chegou a descarregar pouco mais de 6600 metros cúbicos por segundo.
A diminuição das descargas da Barragem de Cahora Bassa, segundo a fonte, fica a dever-se ao fecho de descarregadores da Barragem de Kariba, registado no passado dia 15 de Fevereiro, facto que irá reduzir as afluências para a albufeira da HCB, situada a jusante e, consequentemente, para o baixo Zambeze.
No conjunto dos distritos do baixo Zambeze, Mopeia, na província da Zambézia, registaram-se até este momento os maiores prejuízos resultantes das cheias do rio Zambeze, comparativamente às restantes zonas ribeirinhas de Tambara, Chemba, Caia, Marromeu, Mutarara, Morrumbala e Chinde, igualmente fustigadas pelas mesmas intempéries no centro do país.
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