Maria Barroso no seu livro sobre a viagem a Moçambique
Maria de Jesus Barroso Soares, esposa do ex-presidente de Portugal, Mário Soares, escreveu um livro de memórias sobre a sua viagem a Moçambique, em 1989, a convite da Igreja Católica, no âmbito da qual visitou um centro de refugiados moçambicanos na África do Sul, a vila de Ressano Garcia bem como manteve conversações com altas figuras do Estado moçambicano, incluindo Joaquim Chissano. A viagem da ex-primeira-dama portuguesa aconteceu numa altura em que o país se encontrava na fase mais violenta da guerra, que terminou a 4 de Outubro de 1992.
Para além de descrever a sua viagem ao país, Maria Barroso reivindica algum papel nas negociações entre o governo da Frelimo e a Renamo, visando acabar com a guerra.
“Alguns documentos que publico são testemunho da minha emoção, do meu empenhamento e da minha acção. Não me interessavam meros gestos, meras intenções mas, sim, acções concretas que ajudassem a apagar as manchas trágicas da guerra (...). Eu queria levar amor onde havia ódio, inspirada na mensagem de S. Francisco de Assis. Sei - sem arrogâncias nem falsas vaidades - que contribui de alguma maneira para que se encontrassem os caminhos da paz (...).”
Relativamente ao papel da Comunidade de Sant’Egidio, Maria Barroso diz que, “também se diz nessa oração admirável de S. Francisco, que tanto nos comove, estimula e inspira, onde houver erro que eu leve a verdade.
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