Página principal  |  Contato  

Correio eletrónico:

Palavra-passe:

Registrar-se agora!

Esqueceu-se da palavra-passe?

CAFEZAMBEZE
 
Novidades
  Entre agora
  Painel de mensagens 
  Galeria de imagens 
 Arquivos e documentos 
 Inquéritos e Testes 
  Lista de participantes
 INICIO 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 
 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 
 
  Ferramentas
 
notcias: Escrita feminina desvenda África ao mundo
Escolher outro painel de mensagens
Assunto anterior  Assunto seguinte
Resposta Eliminar Mensagem  Mensagem 1 de 1 no assunto 
De: isaantunes  (Mensagem original) Enviado: 22/04/2011 23:52

 

A escritora moçambicana Paulina Chisiane foi uma das convidadas do evento Literatura Feminina em África

“Eu venho de uma sociedade onde a literatura feita pelos homens não era chamada de machista ou masculina. Era só literatura. Mas quando as mulheres começaram a escrever, isso foi logo visto como literatura feminina ou feminista”.

A escritora moçambicana Paulina Chisiane foi uma das convidadas do evento Literatura Feminina em África, organizado pela cooperação francesa, que teve lugar este fim de semana no Centro Cultural Franco Moçambicano.

Chisiane partilhou o palco com o professor francês Louis Arsac, que mostrou como as mulheres escritoras mudaram o cenário da literatura africana.

Segundo Arsac, a literatura feminina africana começou a ser a publicada nos anos 80, quebrando com os dogmas masculinos. “Os homens escreviam sobre poesia, e falavam da esperança das nações, da luta, dos valores. As mulheres escreveram romances sobre poligamia, tradições, excisão, conflictos armados, sobre as crianças e o seu bem estar. As mulheres relegaram o homem para segundo plano, colocando-se a si próprias e às crianças como protagonistas das histórias. Isso mudou completamente a literatura africana”.

A isto Paulina Chisiane respondeu que “muitas vezes tenho o prazer de transgredir. Desde que sou pessoa que vou lendo o que se escreve sobre mulheres. Os homens estão sempre a despir-nos na poesia, falam dos nossos cabelos, dos olhos, dos seios, do sexo. Um sexo que eu escondo, que eu me preocupo em esconder com a roupa. A forma como os homens descrevem as mulheres às vezes repugna-me, e eu respondo transgredindo”. Paulina explica esta sua revolta pela vontade de ler mais sobre o mundo feminino africano. A escritora deu o exemplo da luta pela independência. “Só se falava dos homens, que iam para a frente da batalha. Mas as mulheres também sofreram, elas ficaram para trás, foram violadas e criaram uma nova raça”.

No debate, Louis Arsac explicou que a literatura feminina foi, durante muito tempo, vista como uma brincadeira, uma distração das mulheres. Mas, para elas, a escrita era uma forma de salvação, uma fuga ao silêncio e à sumissão. Escreviam para não sucumbirem à loucura. Hoje têm voz e, segundo este professor francês, a literatura feminina africana está a marcar a literatura mundial, como uma das mais modernas tendência literárias. Coincidência ou não, no evento, a maioria dos participantes eram mulheres. Mas, no debate, falaram mais os homens.

19 de Abril de 2011

 

http://mulher.sapo.mz/actualidade/escrita-feminina-desvenda-afri-28104-0.html



Primeira  Anterior  Sem resposta  Seguinte   Última  

 
©2025 - Gabitos - Todos os direitos reservados