Do cancro, da infecção por HIV ou de transplantes de coração. A medicina faz cada vez mais milagres e muitos já estão ao seu alcance. Saiba quais.
Continuação do artigo Avanços Médicos
Redução do risco de HIV
Em Setembro, investigadores americanos relataram a primeira vacina bem-sucedida num teste com mais de 16 000 pessoas na Tailândia. A vacina reduz o risco de doença em quase um terço. O Dr. Seth Berkley, CEO da Iniciativa Internacional da Vacina da sida, considera o estudo pioneiro. «Vimos pela primeira vez que uma vacina da Sida pode prevenir a infecção em humanos.» Apesar de a vacina ainda não estar disponível, oferece um salto em frente sem precedentes. Quando? Em 10 ou mais anos.
Um portal para a mente
Cientistas no Centro de Pesquisa Psiquiátrica Alfred Monash, em Melburne, desenvolveram uma sonda do ouvido que oferece uma linha directa ao cérebro e que eles acreditam ir revolucionar o diagnóstico e tratamento das doenças mentais.
A sonda usa o canal auditivo para chegar a partes do cérebro que controlam o equilíbrio, mas onde podem também aferir a depressão e a esquizofrenia. O inventor Brian Lithgow, um investigador biomédico da Universidade de Monash, chama-lhe «o ECG (electrocardiograma) da mente», analisando os sinais eléctricos do cérebro da mesma forma que o ECG detecta os problemas do coração.
Uma das principais vantagens: pode detectar diferenças de sinais em pessoas com doença bipolar, distinta das unipolares ou simples depressão. Diz Lithgow: «A depressão bipolar pode levar anos a ser diagnosticada correctamente. Agora abre-se a possibilidade de fazer isso numa hora.» Quando? Em 5 anos.
Monitorização móvel eo coração
A tecnologia bluetooth apresta-se a mudar os exames médicos, especialmente do coração. A Alive, uma pequena companhia da Costa Dourada da Austrália, desenvolveu um sistema que regista e transmite os dados do seu ritmo cardíaco via telefone móvel – para que o seu especialista o avise quando aparecer um problema. Os monitores Alive já estão a funcionar. Pacientes em cardiorreabilitação podem agora ser seguidos quando fazem exercício. Quando? Agora.
Preservar os corações doados
Os transplantes de coração são uma corrida contra-relógio: os corações começam a deteriorizar-se 5 horas depois de retirados do corpo. Cientistas do Instituto de Investigação Cardíaca Victor Chang, em Sydney, reformularam a solução que protege o coração doado, duplicando potencialmente o tempo de vida do órgão fora do corpo. Testes com órgãos humanos começam este ano.
De momento, cerca de 60% dos corações doados são excluídos devido à idade do dador ou ao estado do coração. Segundo o Prof. Peter Macdonald, líder do projecto, «pensamos que a solução vai permitir-nos usar corações mais vulneráveis ao dano e potencialmente aumentar o número de transplantes em cerca de 50%». A equipa espera que a solução também funcione com outros órgãos, como pulmões, fígado, rins e pâncreas. Quando? Em dois anos.
Cancro: melhores diagnósticos e tratamentos
Robert Goldman fez fortuna como engenheiro de software, mas quando a sua irmã contraiu cancro do cólon terminal, empenhou o seu dinheiro em desenhar um dispositivo que pudesse oferecer melhor quimioterapia à irmã. O ano passado, depois de oito anos de pesquisa, a FDA aprovou o Iso- Flow de Goldman. Um cateter minúsculo é inserido nas veias do paciente para levar a medicação directamente aos vasos que alimentam o tumor, sem afectar as células saudáveis. «É mais um ataque cirúrgico do que um bombardeamento da área», diz o Dr. Huy Do, um neurorradiologista da Escola de Medicina de Stanford. Quando? Agora.
Rastreios de cancro mais rápidos
Cientistas americanos usaram com sucesso nano-sensores para localizar com precisão o cancro no sangue de pacientes. Os testes mais recentes podem detectar as mais pequenas concentrações de biomarcadores de cancro, na ordem dos trilionésimos de grama por mililitro, o equivalente a conseguir detectar um só grão de sal dissolvido numa piscina grande. Em vez de esperar dias por resultados de laboratório, o teste faz uma leitura em poucos minutos. Quando ? Em dois ou três anos.
Regeneração do peito
Mais de 5000 mulheres australianas por ano perdem os seus seios para o cancro da mama. Uma técnica experimental pode permitir-lhes desenvolver os seus próprios seios «sobresselentes» em cerca de 6 meses. A tecnologia Neo-Pec envolve o implante de uma câmara biodegradável debaixo da pele para servir de alicerce ao novo peito.
Um vaso sanguíneo da axila é redireccionado para uma área de tecido gordo do paciente. A gordura cresce até preencher a câmara, que se dissolve quando o novo peito estiver formado. É uma alternativa natural ao implante de silicone, diz o Prof. Wayne Morrison, do Instituto Bernard O’Brien de Microcirurgia. Quando? Em três ou mais anos.
http://idademaior.sapo.pt/bem-estar/saude/avancos-medicos-2/