Guebuza, que falava num comício popular pouco depois de chegar à localidade de Bandua, no posto administrativo de Estaquinha, no distrito de Búzi, no início de mais uma presidência aberta, manifestou a sua preocupação perante as ameaças à paz no país.
“O que me preocupa é que para nós avançarmos tem que haver paz. Para andarmos no caminho certo, à-vontade e seguros temos que manter esta paz. Esta paz foi criada por nós, não veio ninguém de fora entregar-nos. Ela foi feita por cada um de nós e deve estar dentro de cada um de nós para não permitirmos que o nosso país volte a ter violência generalizada”, disse o Chefe do Estado.
Armando Guebuza explicou que “felizmente, o nosso povo compreende que sem esta paz as nossas crianças não irão à escola, não iremos trabalhar na Companhia do Búzi e vamos andar com medo. Fico satisfeito por saber que as nossas crianças não viram a guerra e é bom que nunca a vejam”.
Antes de passar a palavra à população, o Chefe do Estado voltou a falar da necessidade do combate à pobreza, repisando, contudo, que o aproveitamento das nossas riquezas depende grandemente da estabilidade do país.
A maioria das pessoas referiu-se, essencialmente, à falta de emprego, necessidade de colocação de um novo batelão sobre o rio Búzi para permitir uma travessia mais segura e célere entre as duas margens. Pediram também melhorias na telefonia móvel e um melhor atendimento nas instituições públicas.
Os intervenientes falaram da paralisação, devido à guerra, da Companhia do Búzi, que atirou para o desemprego mais de dois mil trabalhadores, que não foram indemnizados, nem sequer mereceram alguma palavra de apreço por parte de quem de direito, apesar dos muitos ofícios que foram produzidos e dirigidos a diferentes instituições, incluindo à Assembleia da República.
Em resposta, o Presidente disse que todas as questões apresentadas tinham sido registadas e iriam merecer a devida atenção.
Armando Guebuza orientou uma Sessão Extraordinária do Governo Provincial de Sofala alargada aos administradores distritais e outros quadros, na qual o governador Carvalho Muária anunciou que durante o ano de 2010 a província tinha atingido um crescimento económico global de 8.3 porcento.
Muária apontou ainda a segurança alimentar e a garantia da melhoria das condições de vida da população, traduzindo-se na expansão da rede escolar, cobertura vacinal e de partos institucionais, cobertura no saneamento e abastecimento de água rural e urbana e na garantia de infra-estruturas para escoamento dos produtos.
O governador de Sofala disse que estavam na agenda do seu Executivo, precisamente no distrito de Búzi, a construção da Companhia de Búzi, da Fábrica de Cimento em Estaquinha, da Fábrica de Processamento de Jatropha em Grudja e das fábricas de processamento e exportação do ananás de Muxúnguè e de ouro em Gorongosa e ainda a conclusão e início da exploração do terminal de carvão no Porto da Beira, entre outros.
- Eliseu Bento e Eduardo Sixpence
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