No Canada, um grupo de investigadores revelou que algumas crianças conseguem recordar situações quando tinham menos de 2 anos, no entanto as mesmas são frágeis e desaparecem quando atingem os 10 anos de idade.
Num estudo publicado na revista “Child Development”, os investigadores pediram a 140 crianças, com idades entre os 4 e os 13, para descreverem as três primeiras recordações, tendo repetido o exercício com as mesmas crianças, dois anos mais tarde.
Em média, as 50 crianças mais novas, com idades entre os 4 e os 6, conseguiram recordar os momentos anteriores aos 2 anos de idade. No entanto, quando foram entrevistados dois anos mais tarde, apenas duas das 50 crianças conseguiram recordar a situação mais antiga.
Por outro lado, 22 das 61 crianças que tinha entre 10 a 13 anos, conseguiram tanto na primeira entrevista, como na segunda, recordar a situação mais antiga.
"Em 10, essas memórias são cristalizadas. Essas são as memórias que mantemos", diz a psicóloga Carol Peterson no Memorial University of Newfoundland.
A incapacidade dos adultos para recordar os primeiros anos da infância, também conhecido como amnésia infantil, tem sido objecto de especulações há mais de um século.
Para alguns investigadores a capacidade de recuperar memórias exige habilidades de linguagem que não se desenvolvem nos primeiros 3 ou 4 anos de vida. Outros acreditam que as crianças podem recordar fragmentos de cenas do início da vida, no entanto não podem criar memórias autobiográficas.