Nos últimos dois ou três meses surgiram na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Lisboa/ Centro (CPCJ) cerca de dez casos de pais "que se demitiram completamente das responsabilidades" dos seus filhos. A afirmação foi feita por Teresa Espírito Santo, presidente da CPCJ , ao DN, que acrescentou que há pais "que vêm determinados a que sejamos nós a acolher os filhos".
O jornal avança que há pais que "entregam" os filhos porque não conseguem impor-lhes regras e limites, principalmente na adolescência. Outros, "depositam" as crianças porque têm carências financeiras e consideram que o Estado tem o dever de assumir a responsabilidade. Há ainda casos em que a comissão é utilizada pelos progenitores como meio para atingir um fim, seja acusar o outro de não cuidar do filho ou fazer tudo para levar o tribunal a rever as condições da guarda da criança.
Teresa Espírito Santo garante ao DN que este é um "fenómeno novo, com um ou dois anos, e em crescimento". Já Ricardo Carvalho, secretário-executivo da Comissão Nacional de Crianças e Jovens, afirma que este relatorio só aponta tendências mas reconhece que há cada vez mais pais a "utilizar as comissões para obter o que não conseguem nas decisões judiciais".
De acordo com o jornal DN, o relatório das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens revela que os pais já são a terceira entidade que mais apresenta situação de risco, a seguir às escolas e à polícia.
@SAPO
http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1164116.html