É no continente mais pobre que se encontram algumas das cidades mais caras do mundo. Luanda, N’Djamena, Libreville, Niamei ou Victoria, não partilham só o mesmo continente, têm também um custo de vida muito elevado.
Encontramos a cidade mais cara do mundo em África. Luanda, a capital angolana, é pelo segundo ano consecutivo considerada a cidade mais cara do mundo para expatriados em África e a nível mundial. No top 10 das cidades mais caras, encontra-se outra cidade africana, Ndjamena, do Chade, na terceira posição. Caso não tivesse descido cinco lugares, ter-se-ia mais uma capital do continente no top 10, contudo, Libreville, capital do Gabão passou para o 12º lugar.
Mais abaixo encontra-se Niamey do Níger, que permanece na 23ª posição e Victoria (25), nas Seychelles, que desceu 12 lugares com a desvalorização da rupia das Seychelles face ao Dólar norte-americano.
Na África do Sul, Joanesburgo (131) e a Cidade do Cabo (158) subiram 20 e 13 lugares na classificação, respectivamente, reflectindo a valorização do rand sul-africano. Tunes (207), na Tunisia e Addis Ababa (211), Etiópia, constituem as cidades mais económicas na região.
Para Diogo Alarcão, Partner da Mercer: “Encontrar alojamento de qualidade e seguro para os colaboradores expatriados constitui um verdadeiro desafio na maioria das cidades africanas na lista e os custos podem ser significativos em comparação com outras regiões. Os preços do alojamento atingem, actualmente, níveis recorde e esta é normalmente a principal razão pela qual encontramos tantas cidades africanas no topo da tabela”
O inquérito abrange 214 cidades em 5 continentes e mede o custo comparativo de mais de 200 produtos em cada local, incluindo alojamento, transporte, comida, vestuário, artigos domésticos e lazer. Trata-se do inquérito sobre custo de vida mais abrangente a nível mundial e foi concebido para ajudar as empresas multinacionais e governos a determinar os pacotes de remuneração para os seus colaboradores expatriados. Nova Iorque é considerada a cidade de referência, com a qual todas as cidades são comparadas. Os movimentos da moeda são medidos face ao dólar norte-americano. O custo do alojamento – frequentemente a maior despesa para os expatriados – desempenha um papel importante para determinar a classificação das cidades.
Diogo Alarcão comentou: “as empresas multinacionais já perceberam há muito a vantagem competitiva de uma mão-de-obra móvel global, apesar do desafio permanente no sentido de equilibrar o custo dos seus programas de expatriados. As flutuações da moeda, a inflação, a instabilidade política e os desastres naturais, constituem factores que influenciam o custo de vida dos expatriados. É essencial que as empresas compreendam o seu impacto, para efeitos de contenção de custos, mas também para garantir que retêm os colaboradores mais talentosos quando oferecem pacotes de remuneração”.