13/07/2011
Pelo menos 54 cantoneiras de seis metros de cumprimentos cada, que serviam de suporte da estrutura metálica da ponte ferroviária sobre o rio Mezimbite, no município do Dondo, em Sofala, acabam de ser vandalizadas por presumíveis ladrões de sucata, o que coloca em risco a circulação de comboios de carga no eixo Beira-Machipanda, na zona centro do país. O caso mais recente, em conexão com o qual foram detidos três indivíduos na posse de 27 cantoneiras recém-cortadas, foi registado pela Polícia na última segunda-feira, quando os ladrões levavam o material retirado para a Estrada Nacional número seis (N6) local, de onde posteriormente seriam evacuados por uma viatura, para a cidade da Beira. O Diário de Moçambique, noticia na sua edição de hoje que três individuos, com idades compreendidas entre os 40 e 49 anos de idade, já estão nas mão da polícia. O chefe da secção de imprensa no comando provincial de Sofala, Mateus Mazibe, é citado por aquele jornal a dizer que os três caíram nas mãos das autoridades graças a uma denúncia feita por “pessoas de boa fé”. Estas, ao assistir a operação de evacuação manual de grandes quantidades de cantoneiras ao longo do rio Mezimbite, decidiram comunicar o facto aos membros do policiamento comunitário local.
“O mais incrível é que os ferros foram encontrados fora da área da ponte, o que leva a crer que a operação de corte decorreu na noite de domingo. Para além das 27 cantoneiras, estes indivíduos foram encontrados na posse de duas botijas de gás, as quais eram usadas como auxiliares no processo de corte de ferro, com auxílio de maçarico”, disse Mazibe. Uma fonte da Rail Tech, uma das empresas que cuida de questões relacionadas com a manutenção da linha férrea Beira-Machipanda, disse que os estragos causados pelos amigos do alheio são maiores e vão acarretar elevados custos ao Estado moçambicano. “Os estragos são maiores e, como devem estar a imaginar, isto vai levar tempo para serem solucionados. Os ladrões cortaram todos os suportes da ponte”, disse a fonte.
Saíde Amade, chefe do sector de obras e pontes da Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira (CCFB) – concessionária da linha Beira-Machipanda – disse ao DM que a circulação de comboios sera feita com sérias dificuldades. “As peças retiradas é que asseguravam os movimentos do comboio”, explicou, sem entrar em detalhes sobre o período em que a ponte irá permanecer naquele estado e o montante a ser gasto na reposição do material roubado pelos ladrões.
Esta não é a primeira vez que a Polícia no Dondo surpreende indivíduos transportando ferros roubados de forma ilícita ao longo da linha férrea que, alegadamente, vão ser vendidos na sucata e ou em fabricas de fundição de ferro.
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