Para a presente época chuvosa, as autoridades gestoras das calamidades estão a considerar três cenários, designadamente o primeiro em que seriam afectadas 634 mil pessoas devido ao impacto das inundações nas cidades, tempestades, cheias de risco médio e depois a seca.

O segundo seria aquele em que teríamos a conjugação do primeiro cenário mais o risco alto de cheias no qual seriam afectadas 732 mil pessoas. O último cenário é aquele em que teríamos a conjugação dos efeitos cumulativos das cheias, secas, ciclones e sismos em que atingiriam 997.426 pessoas contra os 1 433.498 da época passada.

De acordo com o Plano de Contingência aprovado terça-feira pelo Governo, devido as acções levadas a cabo no âmbito do reassentamento da população ribeirinha, há cada vez menos pessoas em risco. No conjunto das sete bacias devem ser afectadas 93 479 pessoas.

Com efeito, as acções realizadas no âmbito da mitigação das calamidades estão a permitir a redução da população em risco de ano para ano, pese embora o país, devido a sua localização, continue potencialmente vulnerável a eventos extremos como cheias, secas, ciclones e sismos.

Durante a presente época chuvosa os rios Mutamba, Licungo, Lúrio, Rovuma e Maputo, apresentam risco médio de cheias, período durante o qual deve ser perturbada a vida de 15.561 pessoas.

Prevalecem, porém, alguns factores de vulnerabilidade como são os casos das habitações e infra-estruturas, cuja construção não tem em conta o risco, a insuficiência de sistemas de escoamento das águas pluviais, residuais e ou brancas nas cidades, problemas de saneamento do meio, baixo nível de investimentos em infra-estruturas de gestão de água e fraco domínio popular/comunitário sobre o risco de desastres.

O funcionamento do Centro Operativo de Emergência e da Unidade de Protecção Civil, a integração da gestão do risco nas políticas públicas, o reassentamento, a acção dos comités locais de gestão de risco, a melhoria do sistema de aviso prévio e a implementação de programas de adaptação à seca nas zonas áridas e semi-áridas, são apontados como alguns factores que permitem minimizar os possíveis impactos dos eventos extremos sobre a população.

O Plano de Contingência deste ano reflecte, pela primeira vez, a união de esforços entre o Governo, através do Instituto Nacional de Gestão das Calamidades e o Sistemas das Nações Unidas e visa operacionalizar a mitigação, assim como de resposta em caso de desastres.

A ideia base, segundo o Director Geral do Instituto Nacional de Gestão das Calamidades, João Ribeiro, é a partilha das responsabilidades. Para ele, uma única coordenação evita a sobreposição das intervenções e ajuda a responder rápido e eficientemente.

Para a época chuvosa 2011/2012, que decorre de Outubro a Março, atenção especial será dada às zonas sul e centro zona para onde estão previstas chuvas normais com tendência acima do normal no período de Janeiro a Março.

As áreas de risco já estão identificadas junto as bacias hidrográficas, bem como nalgumas cidades como Maputo, Inhambane e Beira.

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