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notcias: Arquipélago de Bazaruto: Mar avança e engole paraísos
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De: isaantunes  (Mensaje original) Enviado: 04/11/2011 15:21
A BELEZA do Arquipélago do Bazaruto, em Inhambane, está ameaçada. Tal como ameaçados estão o potencial turístico e a sobrevivência da população. A situação é grave.
Maputo, Sexta-Feira, 4 de Novembro de 2011:: Notícias
 

Só nos últimos sete a 10 anos, as águas do mar terão avançado cerca de 20 metros costa adentro, de acordo com dados recolhidos no local, baseados em estudos científicos. Três fenómenos naturais são apontados como prováveis razões: o aquecimento à global, que provoca a subida do nível das águas do mar, com consequências locais; os constantes ciclones que periodicamente fustigam aquela região, onde nalguns pontos ainda são visíveis os efeitos do “Favio” que em 2007 arrasou Vilankulo e Inhassoro; e ainda as chuvas diluvianas do ano 2000.

À acção destes fenómenos no arquipélago, Luís dos Santos Namanha, administrador do Parque Nacional do Bazaruto, prefere caracterizá-la como “os efeitos mais visíveis das mudanças climáticas em Moçambique”.

Proclamado em 1971 e estendido em 2001, o Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto, único marinho, cobre uma área de 1.430 quilómetros quadrados e incorpora as cinco ilhas que formam o Arquipélago do Bazaruto, nomeadamente Bangué, Magaruque, Benguerua, Santa Carolina e Bazaruto. Estas ilhas encontram-se a cerca de 30 a 35 quilómetros da costa.

A vegetação, em quase todas estas ilhas, tende a degradar-se, com maior enfoque para a zona que tem proximidade com o mar. E a zona firme está a ficar destruída, isto é,literalmente engolida. As águas do mar galgam a zona insular e destroem a vegetação que se encontra ao longo da linha da orla, propiciando, ao mesmo tempo, a erosão que é assustadora.

Agora se receia que a pressão que o mar exerce sobre a zona costeira possa causar a divisão das ilhas. E nalgumas, como Bazaruto, as fendas que se vão abrindo nas dunas são bastante visíveis, para além de que, em muitos pontos, as águas já invadiram espaços residenciais dos ilhéus.

A ilha do Bazaruto, que é a maior do arquipélago, a maré sobe a um ritmo vertiginoso. E, esta ilha tem a facilidade de ter acesso à praia relativamente a outras ilhas porque quase todas estão viradas para a baía, que tem o problema de ter uma grande variação da maré, sendo ora baixa ora alta. E quando a maré é baixa quase que nunca existe praia à frente das estâncias, tendo os banhistas que recorrer ao oceano.

Na Ilha de Magaruque, as águas rebentaram a barreira de protecção e atingiram uma boa parte da zona insular e ameaçam impedir a passagem para o acampamento dos pescadores, onde os transportadores de mergulhadores desembarcam.

Esta ilha está seriamente afectada pela erosão costeira. E, expandindo-se, as águas vão aluindo dunas. As areias são bastante frágeis e movem-se constantemente em direcção ao mar. Dezenas de árvores estão atiradas ao mar e sobre as areias da praia. As raízes a descoberto. Cenário de tristeza que contraria a limpidez das águas cristalinas.

Luís Namanha
Luís Namanha

Uma batalha para fechar o canal

Maputo, Sexta-Feira, 4 de Novembro de 2011:: Notícias
 

AQUANDO das cheias de 2000 muitas casas e machambas ficaram completamente submersas. Então, a população abriu um canal para drenar as águas da chuva para o mar. E na busca de solução para o alagamento das suas residências, as comunidades da Ilha do Bazaruto não compreenderam que estavam a criar um outro problema. É que o mar se aproveitou do canal aberto para se expandir rapidamente para o interior da ilha. Mais tarde ainda tentaram fechar o corredor da água, colocando sacos de areia, mas já era tarde, pois a pressão das águas do mar tem sido superior às pacatas ideias dos ilhéus.

“Quando fomos medir, constatámos que a devastação ia até 20 metros. No interior há população e havia também uma baixa onde a mesma fazia as suas hortas, mas isso já não é possível porque a água do mar invadiu esse espaço”, diz o administrador.

O problema está lá. E muitas vezes os efeitos climáticos não olham a meios. Mas, os afectados – ilhéus que vivem no limiar da pobreza – não cruzaram os braços, debatendo-se para encontrar uma solução, particularmente no ponto que permite um maior acesso das águas do mar para suas machambas e áreas residenciais.

Sentimos firmeza e vontade de fazer algo, quando Luís Namanha disse, a dado momento do diálogo, que: “Estamos a lutar para ver se conseguimos fechar o canal aberto depois das cheias do ano 2000”. Esta acção é integrada porque as próprias comunidades compreenderam que, desta vez, não há que ficar de braços cruzados e esperar uma resposta, que só pode vir da administração do parque. Eles também colaboram, e muito.

Fernando Mutondo é um dos vários habitantes da Ilha do  Bazaruto. Ele também participa na busca de soluções para colmatar o problema do canal. Fala-nos de uma forma proverbial e diz: “Chorar ou lamentar constantemente não resolve nada”. Por isso, ele e outros ilhéus mobilizaram-se para uma acção pragmática. E continua: “Precisamos de fechar o canal aberto pelas cheias do ano 2000. As águas não só entram nas nossas casas, como também estragaram as nossas culturas devido à sua salinidade. Desta terra já não conseguimos tirar os nossos alimentos. As árvores estão a desaparecer, elas vão secando. Tudo mudou”.


Ilha de Magaruque entre os corais e a erosão

Maputo, Sexta-Feira, 4 de Novembro de 2011:: Notícias
 

A Ilha de Magaruque guarda alguns dos maiores recifes de corais do mundo, com uma área estimada em 50 mil metros quadrados.

Toda a Ilha é protegida por ser na sua essência recifes de corais. A pesca é proibida no espaço delimitado e que se designa Zona de Protecção Total, onde não se autoriza ninguém a pescar, aceitando-se somente mergulhos, depois de devidamente autorizados, seja para contemplar os corais ou mesmo para pesquisas científicas feitas por académicos nacionais ou estrangeiros para estudar este ambiente marinho.

Em virtude dos problemas ambientais que se observam, com particular realce para a erosão, equaciona-se a extensão da Zona de Protecção Total, o que vai possibilitar uma maior reprodução do peixe.

Por outro lado, o aquecimento das águas do mar está a provocar alterações nos recifes de corais, o que tem consequências no desenvolvimento dos próprios peixes.

Na Ilha de Magaruque, a pesca não é permitida aos operadores turísticos. Mesmo os ilhéus só a fazem fora do circuito dos corais, recorrendo a anzóis a redes apropriadas.

“No fundo do mar temos uma outro mundo chamado recifes de corais. Por isso, o controlo aqui é acentuado, pois não queremos estragar esta maravilha. Ficamos satisfeitos por compreender que os ilhéus estão sensibilizados com o assunto e colaboram porque sabem que é um local de reprodução de peixe, a sua machamba. E como eles dependem do peixe, cumprem”.

Mas se por um lado, há a satisfação pela existência de corais que constituem orgulho de Moçambique no mundo, por outro, os problemas de erosão acentuada que afectam a ilha fazem com que as autoridades tenham que equacionar as suas intervenções, direccionando quase toda as suas actuações viradas para esta realidade.

Ao longo da ilha, na zona do mar, encontram-se várias tombadas. Nalgumas nota-se o parasitismo que ainda se conserva nos troncos, o que significa que elas passaram a ser habitat’s dos corais.

As árvores em Magaruque foram derrubadas pela força das águas do mar. E uma boa parte da terra firme da ilha começa a ceder à força das águas. O processo da erosão está a destruir as árvores, com particular realce para as palmeiras e algumas casuarinas. Estas encontram-se mar afora que está em expansão, rumo à zona costeira. 
  • Francisco Manjate

 

http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/1325919



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