A Sasol tem uma concessão para a pesquisa e produção de hidrocarbonetos na área A, adjacente aos campos de gás natural de Pande e Temane, com efeitos desde 1 de Junho de 2011 até 31 de Maio de 2014. A mesma abarca quatro distritos, nomeadamente Govuro, Funhalouro, Inhassoro e Mabote.
O calendário do projecto apresenta três períodos de pesquisa com duração que varia entre dois e três anos. Cada campanha de aquisição sísmica levará aproximadamente nove meses para completar mil quilómetros.
Ao abrigo do contrato celebrado com o Governo, a Sasol compromete-se a perfurar pelo menos um poço de pesquisa no segundo período, cujos trabalhos se espera durem entre 45 e 60 dias, ao que se seguirão testes a serem feitos durante 10 a 15 dias.
De acordo com a informação em nosso poder, ainda não estão localizadas com exactidão as linhas sísmicas nem os sítios dos poços, o que está condicionado a trabalhos técnicos detalhados. Porém, sabe-se que a perfuração será levada a cabo por uma plataforma convencional para actividades em terra firme.
Trata-se de um projecto de grande envergadura não só pelos montantes envolvidos, susceptibilidade de ocorrência de danos ao ambiente e tecnologia de ponta a ser usada, mas também pelo número de empregos a serem criados, aproximadamente 600, tendo em conta que estão previstos também trabalhos de desminagem e desmatamento.
Entretanto, em termos ambientais, o relatório preliminar do estudo de impacto ambiental levado a cabo pela Impacto – Projectos e Estudos Ambientais - não levanta problemas capazes de inviabilizar a implementação do projecto.
“A maioria dos impactos das actividades de pesquisa sísmica e perfuração de pesquisa propostas foram avaliadas como de menor significância, desde que sejam implementadas as medidas de mitigação recomendadas”, lê-se no relatório, cuja cópia o “Notícias” teve acesso.
Há, todavia, receios de que a abertura de acessos ao local das actividades possa afectar o habitat de algumas espécies sensíveis, porquanto estará facilitada a acção do Homem para destruir a vegetação quer através de corte de lenha quer através de queimadas. A mitigação passa pela reabilitação e encerramento de todas as áreas perturbadas, logo que o processo estiver terminado.