A ideia, segundo escreve a Agência Noticiosa sul-africana, SAPA, é limitar a acção dos caçadores furtivos no interior do “Krueger”, que é parte integrante do Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo, em parceria com os Parques Nacionais do Limpopo, em Moçambique, e Gonarezhou, no Zimbabwe.
A informação, reproduzida por vários jornais sul-africanos, cita o porta-voz do Departamento sul-africano do Ambiente, Mandla Mathebula, a explicar que a decisão de repor a rede segue-se aos incidentes registados recentemente no recinto do Krueger Park, que resultaram na morte de três indivíduos que se dedicavam à caça furtiva de rinocerontes.
Na sequência destes incidentes, as autoridades sul-africanas anunciaram para breve a intenção de afectar mais 150 fiscais armados para se juntar aos 500 que agora trabalham no combate à caça furtiva no parque.
Segundo a fonte, o trabalho de reconstrução da rede não terá qualquer implicação naquilo que são os limites do território do Parque Transfronteiriço, uma área de conservação com cerca de 35 mil quilómetros quadrados, estabelecida a 10 de Novembro de 2000, através de um acordo rubricado pelos então Presidentes de Moçambique e da África do Sul, respectivamente Joaquim Chissano e Thabo Mbeki, e pelo zimbabweano, Robert Mugabe.
A fronteira entre Moçambique e África do Sul estende-se por cerca de 496 quilómetros, dos quais 472 são de fronteira terrestre, e 24 quilómetros de fronteira fluvial.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Moçambicano de Mar e Fronteira, entre 1991 e 1993 realizaram-se três encontros bilaterais entre Moçambique e África do Sul para negociações centradas na parte sul da fronteira comum, desde a portela do rio Maputo (Usuthu), um ponto tripartido entre Moçambique, África do Sul e Suazilândia, até ao Monte Ouro.
Nestas negociações foi adoptado como principal instrumento jurídico e diplomático o tratado Luso Britânico de 11 de Julho de 1891, e posteriormente aceite o princípio da União Africana da intangibilidade e inviolabilidade das fronteiras herdadas.