A empresa australiana Kimberley Rare Earths (KRE) acaba de anunciar a identificação de vários minerais químicos raros e de “alto valor industrial” na região de Malilongue, zona fronteiriça com a Zâmbia, na província de Tete.
Malilongue fica situada no distrito de Zumbo, a cerca de 300 quilómetros a oeste da cidade de Tete. A área não tinha antes sido objecto de qualquer exploração mineral sistemática.
Um comunicado da KRE afirma que aeromagnéticos de alta resolução e dados radiométricos realizados com a sua parceira Great Western Mining, a partir de voos feitos em 2008, provaram a potencialidade de existência desse tipo de minerais naquela zona.
A exploração radiométrica é considerada como uma técnica geofísica confiável para descobrir depósitos de areias raras, e neste caso, os dados “revelam uma série de alvos de alta prioridade que merecem imediata pesquisa no terreno”.
Esses alvos revelam uma intrusão do granito. O maior deles, chamado Vundo, é de três quilómetros de extensão.
A KRE pretende agora realizar levantamentos radiométricos do solo, geoquímica e programas de mapeamento geológico para decidir onde perfurar. O chamado “drilling teste” (teste de perfuração), no entanto, terá de esperar até ao final da actual temporada de chuvas, ou seja, fins de Março.
De acordo com o director da KRE, Tom Dobson, “os recém-adquiridos dados aero-geofísicos e de satélite permitiram melhorar consideravelmente a nossa visão sobre o potencial de Malilongue como importante depósito de areias raras”.
“Pretendemos mobilizar as equipas de campo, logo que o estado do tempo o permitir”, acrescentou.
As areias raras são um grupo de 17 metais descritos como leves ou pesadas em função da sua posição na tabela periódica dos elementos químicos. Têm um número de aplicações de alta tecnologia em, por exemplo, componentes aeroespaciais, lasers, supercondutores eléctricos e ímãs.