Vinte e três homens morreram por agressão com recurso a piladores e paus, entre outros instrumentos contundentes, protagonizada pelas suas próprias esposas durante o ano passado, na província de Tete.
Segundo o jornal Diário de Moçambique (DM), este tipo de violência doméstica, que se considera um fenómeno novo, já preocupa a Direcção da Mulher e da Acção Social, de acordo com a respectiva chefe, Páscoa Sumbana Ferrão.
Entrevistada ontem pelo DM à margem do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, Sumbana sublinhou que a violência doméstica está a atingir o apogeu na província de Tete e já se registam mortes de homens.
Sem mencionar o número de homens que perderam a vida em 2010, por espancamento, ela considerou que se trata de um maus precedente o que que as mulheres estão a fazer quando saturadas de violência doméstica em que elas são as principais vítimas.
No período em análise, o Gabinete de Atendimento à Mulher e Criança Vítimas de Violência Doméstica em Tete registou 1.480 casos, 1.140 dos quais referem-se a queixas apresentadas pelas mulheres, 181 de homens e 159 de crianças violentadas.
Em 2010, o diagnóstico global foi de 748 pessoas que acorreram àquela instituição, para ver resolvida a sua situação, segundo a comparação feita pela nossa fonte.
As mortes de homens violentados pelas suas próprias mulheres ocorre em toda a província de Tete, mas com maior enfoque nos distritos de Chiúta, Tsangano e Mutarara. Os casos fatais resultam de brigas entre os cônjuges, sobretudo depois de consumo de bebidas alcoólicas.
A interlocutora do DM explicou que a violência protagonizada por mulher tem sido fatal, porque quando saturada de maus tratos, qualquer instrumento que encontrar serve para a sua defesa e, neste caso, os piladores, paus e outros instrumentos podem ser usados para atacar as suas vítimas, sobretudo se estiverem a dormir.
Sem apontar os dados numéricos, a directora provincial da Mulher e da Acção Social de Tete disse que existem mulheres que estão a cumprir as penas de prisão maior por homicídio voluntário, ou seja, por se ter provado em tribunal o seu envolvimento na morte à paulada dos seus maridos.