MAPUTO, 26 FEV (AIM)- A falta de ordenamento territorial poderá condicionar, por parte da Suécia, o financiamento de projectos de expansão da electrificação levados a cabo pela empresa Electricidade de Moçambique (EDM), em alguns bairros periféricos da cidade central de Tete.
Esta possibilidade foi avançada esta semana pela embaixadora da Suécia, Ulla Andrén, no decurso de uma visita de trabalho que efectuou aos projectos financiados pelo seu país.
“Visitámos, na cidade de Tete, algumas áreas para o possível incremento do nosso financiamento. No entanto, durante as visitas aos bairros periféricos, constatámos não haver um ordenamento territorial, o que condiciona o nosso investimento, pois podemos colocar infra-estruturas e depois o Governo decidir o contrário e, na sequência disso, sermos obrigados a destruí-las, o que significa perca de dinheiro”, disse a diplomata sueca citada pelo “Noticias”.
Manifestando-se satisfeita pela forma como a EDM está a usar os investimentos do Governo sueco no melhoramento das suas infra-estruturas, para elevar a prestação de serviços às comunidades rurais, no âmbito da expansão e electrificação das zonas rurais do país, Ulla Andrén disse que a sua deslocação a Tete tinha em vista verificar o grau do cumprimento daquele programa em curso desde 2009, não apenas naquele ponto do país, mas também nas províncias centrais de Manica e Sofala, cujo término está previsto para 2014.
No entanto, a diplomata sueca disse que o Governo do seu país necessita de um esclarecimento urgente sobre o plano de ordenamento territorial dos bairros periféricos da cidade de Tete, a serem abrangidos nos próximos anos.
“Só podemos aprovar um outro pacote de investimentos quando, realmente, estamos seguros de que o que vamos erguer não entrará em colisão com os programas do Governo, porque senão estaremos a construir coisas para depois destruirmos ou ficarem sem utilidade por o Governo decidir outra opção sobre o local”, frisou.
Por sua vez, o director da EDM - Área de Distribuição de Tete, Lourenço Cunha, disse que com o projecto de electrificação de Sofala, Manica e Tete, vulgarmente conhecido por SMAT, a província conheceu melhoramentos no fornecimento de energia eléctrica em vários pontos, incluindo os grandes projectos em curso, principalmente na indústria extractiva de carvão.
“Melhoramos a nossa Subestação Central na cidade de Tete e, como resultado, estamos a conhecer melhorias significativas, desde a expansão e a qualidade de energia que hoje é abastecida à cidade de Tete e à periferia. Com este projecto, já conseguimos, nos últimos dois anos, atingir cerca de sete mil novos consumidores de energia eléctrica no Município da cidade de Tete, com maior destaque para a sua periferia”, disse Cunha.
Anualmente, a Suécia contribuiu com cerca de 2900 milhões de meticais (o dólar EUA vale um pouco mais de 27 meticais) para o reforço do Orçamento Geral do Estado e investimentos em outros grandes projectos visando o rápido desenvolvimento sócio-económico do país.
“O nosso apoio principal é através do Orçamento Geral do Estado. Somos o quarto maior doador do orçamento, o que significa que estamos a apoiar um pouco de tudo que acontece neste país, desde salários para os professores, enfermeiros e investimentos diversos, através do OGE”, disse a diplomata sueca.