O glossário, cujo lançamento teve lugar no Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), tem 103 páginas e é editado pela Alcance Editores e explica de forma simples expressões e termos comuns do campo das ciências agrárias.
Neste sentido, a obra afigura-se como um documento que visa ser um ponto de partida para uniformizar a terminologia técnica usada na agricultura e fornecer informação detalhada sobre estas matérias aos estudantes dos vários cursos daquela área.
Na apresentação da obra, o autor explica que a pretensão é que o mesmo se torne um instrumento facilitador do processo de ensino-aprendizagem, ajudando na realização de consultas nos cursos de Engenharia Agrícola, Hidraúlica Agrícola, Engenharia Florestal, Biologia e Geografia, uma fonte de informação rápida e fácil, onde poderão encontrar vocabulário indispensável à compreensão das disciplinas de Fertilidade do Solo, Ciência do Solo, Agricultura, Botânica e Geografia, entre outras.
“Um glossário é sempre um trabalho incompleto e que evolui continuamente, pelo que serão bem-vindos quaisquer comentários e sugestões”, disse Comissal.
Para Carvalho Carlos Ecole, académico e investigador do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), na Direcção de Agronomia e Recursos Naturais, o trabalho de Hortêncio Comissal é de grande utilidade, já que se reveste de qualidades próprias de manuais que são fontes de consulta prática e objectiva.
Os capítulos, na sua maioria, baseiam-se, segundo Ecole, na tentativa de aproveitar ao máximo a ordem alfabética (A-Z) dos termos usados em ciências agrárias que o autor encontrou, o que facilita bastante a consulta pelos respectivos utentes.
Diz ainda que este livro é fruto de trabalho árduo e duradouro da actividade de pesquisa na literatura técnica, combinada com a acção experimental e/ou empírica do autor, realizada não só em Moçambique, mas também nos países em que se fez como académico e pesquisador.
“O autor interpreta a notável complexidade e concritude dos sistemas agrários, verdadeiros sinalizadores dos caminhos do futuro, bem como a importante homogeneização do “linguajar” dos utentes das técnicas, que o presente parece impor-nos, focando também a diversidade da comunicação no ensino das ciências agrárias, o que entreabre a possibilidade concreta de consolidação de outras disciplinas”, diz.
“Por sua relevância e expressiva contribuição nesta direcção, esta publicação honra e orgulha os cientistas moçambicanos”, sublinha Carlos Ecole.
A cerimónia foi assistida pelo vice-ministro da Educação, Arlindo Chilundo, que considerou a obra como modelo do que devia ser feito nas instituições de ensino superior.
Hortêncio Pedro Comissal nasceu em Luabo, distrito de Chinde, província da Zambézia. É engenheiro Agrónomo, doutorado em Ciências Agrárias e especializado em maneio e conservação de solos pela Kharkov State Agrarian University.
Autor de vários artigos científicos publicados dentro e fora do país sobre maneio dos solos, gestão e produção vegetal, Hortêncio Comissal é investigador auxiliar desde 2001, no IIAM, tendo sido director-regional do Centro Zonal Nordeste, na província de Nampula e depois passou para Centro Zonal Sul, na província de Gaza.
Foi coordenador do Núcleo Provincial de Ciência e Tecnologia da Província de Nampula e é, desde 2007, membro do Conselho Científico de Agricultura do Ministério da Ciência e Tecnologia. É também, desde 2009, membro da Academia de Ciências de Moçambique.
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