O à vontade com que actuam os furtivos no Parque Nacional das Quirimbas, em Cabo Delgado, leva-os a usarem de todos os meios de transporte, incluindo motorizadas, com as quais circulam nas estradas nacionais da província, com aparente impunidade.
As autoridades daquela área de conservação, que abrange seis distritos do centro da província, acabam de revelar que, numa missão de rotina, surpreenderam dois indivíduos furtivos na posse de duas pontas de marfim, na aldeia de Bangala-2, distrito de Macomia.
Os furtivos faziam-se transportar numa mota de marca Lifo, com a chapa de matrícula CMCN 357-07, que ostentava o nome MUTERUA, que se pensa seja a identificação do proprietário da mesma. Os dois, segundo informações obtidas no local, estariam em trânsito em direcção à vila-sede de Macomia.
A fiscalização do parque diz que depois de se aperceberem da sua presença, os furtivos fugiram para o interior da aldeia, tendo sido perseguidos até 500 metros. Depois de disparados dois tiros para o ar, abandonaram a mota, juntamente com as pontas de marfim, e puseram-se em fuga.
A equipa de fiscalização, liderada pelo Chefe do Departamento de Fiscalização do PNQ, Hermínio António, depois de confiscar as pontas de marfim e a motorizada, imediatamente dirigiu-se ao comando distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) de Macomia.
José Dias, administrador do Parque Nacional das Quirimbas, lamentou o facto de haver indivíduos que persistem em delapidar e matar desenfreadamente espécies proibidas por lei, como é o caso de elefante.
"A nossa missão é proteger e conservar a biodiversidade existente no parque. Nestes termos, vamos continuar a intensificar a patrulha e fiscalização desta área de conservação para que as gerações presentes e futuras possam usufruir deste valioso recurso faunístico”, disse José Dias.
Por outro lado, a nossa fonte encoraja os membros da Polícia de Investigação Criminal (PIC) a continuarem a trabalhar no assunto, com vista a identificar os verdadeiros infractores e desmantelar a possível rede de tráfico e contrabando de marfim existente no distrito de Macomia.
Para o caso particular das autoridades distritais de Macomia, José Dias pediu que continuem o trabalho que têm feito no seio da população residente, no sentido de que não abandonem a vigilância que disse sempre lhe estar a caracterizar.