Segundo dados fornecidos ao nosso Jornal por fonte autorizada do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), as operações de roubo de viaturas são protagonizadas por organizações criminosas especializadas, que incluem cidadãos de várias nacionalidades, contando-se moçambicanos, que colocam o nosso país como um dos mercados activos. Toyota Fortuner, Hino, Mercedes-Benz e BMW destacam-se como sendo as marcas de viaturas mais roubadas e que agora foram recuperadas pelas autoridades regionais.
Os roubos de viaturas, que na sua maioria são praticados com recurso a armas de fogo, têm sido caracterizados pelo facto de os agressores fazerem reféns os ocupantes das mesmas, mesmo havendo entre os passageiros crianças.
O roubo de viaturas foi matéria de debate na reunião dos chefes de Polícia da Organização da África Austral (SARPCO) havida semana passada na África do Sul. O encontro serviu igualmente para abordar assuntos relacionados com o controlo da criminalidade transfronteiriça, troca de informações e ponto de situação sobre o roubo de gado, circulação de armas de fogo, incluindo de pequeno porte, tráfico de drogas e caça furtiva.
Foram adoptadas várias resoluções, sendo de destacar a que versa sobre as operações conjuntas de recuperação de viaturas roubadas nos países membros onde as corporações comprometeram-se a tudo fazer para melhorar a estratégia em curso de combate deste fenómeno de roubo de viaturas, bem como o de tráfico de órgãos humanos e droga.
De acordo com as autoridades policiais, de Maio de 2011 a Março deste ano foram recuperadas 72 viaturas, das quais 61 já foram devolvidas aos países de origem e 12 estão em processo de investigação.
Só no mês de Março do ano passado, na operação denominada “Nguzi”, realizada nas províncias de Manica, Sofala e Nampula, foram apreendidas 24 viaturas que haviam sido roubadas na África do Sul. Nos cinco meses deste ano as operações conjuntas resultaram na apreensão de 36 viaturas que haviam sido roubadas nos países da SADC.
Por outro lado, 34 viaturas identificadas como tendo sido roubadas o ano passado em Moçambique e vendidas em alguns países da região foram apreendidas e devolvidas aos legítimos proprietários. Deste número, 23 já foram devolvidas aos donos e as restantes aguardam procedimentos iguais.
Ao longo do ano passado foi registado no país um total de 334 processos relacionados com furto ou roubo de viaturas, tendo sido recuperadas 137 e nove armas de fogo. A cidade e província de Maputo são as que registam maiores índices de roubo de viaturas, sendo 207 e 105, respectivamente.
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