"Na costa oriental da África, sobre a margem esquerda do rio Púngué, na sua saída para o Índico, fica a cidade e porto da Beira, términus da linha férrea que recebe do centro do continente massas volumosas de mercadorias. Desde há muito é a segunda cidade de Moçambique, porto para um vasto hinterland percorrido pelo caminho-de-ferro nacional ligado directamente aos da Rodésia, da Zâmbia e do Malawi", descreve Ilídio do Amaral no seu texto Beira. Cidade e Porto do Índico, publicado pelo Centro de Estudos Geográficos de Lisboa.
A cidade está localizada numa zona pantanosa, junto à foz do rio Púngué, e sobre os alojamentos de dunas de areia ao longo da costa do Índico.
A vegetação natural é caracterizada por terras baixas e o litorial com mangais. O clima é tropical húmido chuvoso de savana, com temperaturas elevadas no Verão, especialmente na época das monções, entre Outubro e Fevereiro.
De acordo com Ilídio Amaral, a cidade da Beira nasceu de uma expedição militar saída de Chiloane, composta por cerca de 30 soldados e 10 operários embarcados em quatro lanchas. Aportando na Ponta Chiveve, em 19 de Agosto de 1887, "aí instalaram, no dia seguinte, o Posto de Aruângua, num lodaçal e língua de areia de cotas muito baixas e de contornos constantemente modificados pelas marés, na foz dos rios Púngué e Búzi. Assim principiou a nova povoação, baptizada com o nome de Beira, em homenagem ao Príncipe D. Luís Filipe, nascido nesse ano".