Moçambique vai reintroduzir em 2013 o ensino pré – primário abrangendo, numa primeira fase, cerca de 80 mil crianças com idade para esta classe inicial do ensino primário. A reintrodução deste ensino será feita através de um programa piloto desenhado para este mesmo fim.
O Ministro da Educação, Zeferino Martins, disse durante o Conselho Coordenador deste ministério que hoje arrancou em Chidenguele, provincial de Gaza, Sul do país, que o programa será implementado em cinco províncias do país, nomeadamente Cabo Delgado e Nampula (Norte), Tete (Centro), Gaza e Maputo Província (Sul o pais). Estas províncias foram escolhidas pelo seu elevado nível de analfabetismo, nível de pressão de inserção escolar deste grupo de crianças, entre outros elementos.
“É nossa convicção que o ensino pré – primário é vital e constitui um pilar fundamental para assegurar que as crianças tenham uma base sólida para o seu desenvolvimento ulterior. É neste contexto que, em 2013, vamos implementar um programa piloto do ensino pré – primário que alimentará a nossa futura acção”, disse.
Martins explicou que a reintrodução deste ensino foi inspirada numa experiência de educação pré-escolar levada a cabo na província de Gaza, em parceria com a organização não-governamental Save The Children.
“É uma inserção escolar de base comunitária que foi experimentada na província de Gaza e teve bons resultados e vai ser expandida para cinco províncias, abrangendo 80 mil crianças. Serão preparadas pessoas da comunidade para isso. Depois vamos avaliar a eficácia do programa e só depois disso vamos fazer a sua expansão de forma paulatina”, referiu.
No seu discurso de abertura do Conselho Coordenador, o Ministro frisou que o Ensino Primário continua a ser principal prioridade do Governo.
Este ano, o sector de educação iniciou com um universo de 5,4 milhões de alunos no ensino primário, o que representa um crescimento de cinco por cento em relação ao ano passado. “Ao mesmo tempo que nos preocupamos com o acesso à escolaridade básica, definimos a aprendizagem efectiva dos alunos, particularmente a leitura e a escrita nas classes iniciais, como foco das nossas intervenções nos próximos cinco anos”, disse.
Quanto ao ensino secundário, o Ministro indicou que o sector confronta - se com uma forte demanda e falou da necessidade de se encontrar soluções que visem o aumento da oferta de vagas.
“Como resultado dos progressos no Ensino Primário, há uma forte vontade dos jovens moçambicanos em aumentar os seus conhecimentos e desenvolver competências novas. Neste contexto, devemos continuar a procurar soluções que aumentem a oferta de vagas, recorrendo não só ao ensino presencial mas também ao ensino à distância”, explicou.
Martins acrescentou que, paralelamente, “devemos prosseguir com as reformas em curso no âmbito do Ensino Secundário Profissionalizante em estreita articulação com o Ensino Técnico Profissional”.
No tocante ao ensino superior, o Ministro salientou a responsabilidade que se impõe na preparação e formação de quadros superiores com competências, capazes de responder aos desafios do Mercado.
Nesse contexto, o titular da pasta da Educação, vem realizando reformas “importantes” e adoptando mecanismos de regulação de forma a conferir a qualidade que se deseja às instituições deste nível e seus graduados.
Neste momento, este ensino conta com um total de 112.787 estudantes.
No domínio da alfabetização e educação de adultos, Zeferino Martins disse que há progressos consideráveis que se reflectem na redução da taxa de analfabetismo situada em cerca de 48 por cento.
O Conselho Coordenador do Ministério da Educação, que decorre sob o lema “Por uma
Educação de Qualidade para Todos”, termina Sexta-feira próxima.
(RM/AIM)