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LEGISLAÇÃO: IUC vai subir 10% para automóveis de alta cilindrada
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Respuesta  Mensaje 1 de 3 en el tema 
De: MMMarinho  (Mensaje original) Enviado: 12/10/2012 17:48
Modelos menos potentes, mas também menos poluentes terão, no próximo ano, agravamento na ordem de 1,3%.
O Imposto Único de Circulação (IUC) vai, como é habitual, ser revisto em alta. A versão preliminar proposta de Orçamento do Estado aponta para um aumento de 1,3% no IUC, para os automóveis menos potentes, e menos poluentes. Os de alta cilindrada terão um agravamento de 10%.

A tabela de IUC (aplicada a veículos matriculados depois de Julho de 2007), na versão obtida pelo Negócios, revê em alta em 1,3% o valor da componente da cilindrada para os veículos até aos 2.500 cm3. O imposto da componente ambiental também sobem em 1,3%, mas nos veículos que emitam até 180g/Km.

Automóveis com cilindradas superiores, ou que emitam mais de 180g/Km, terão um agravamento bem superior. O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmou em meados de Setembro que iria agravar a tributação aplicada aos detentores de veículos mais potentes. O IUC é uma das formas de o fazer.

 
Assim, de acordo com as tabelas da versão preliminar, há um aumento de 10% no valor a pagar pelos proprietários de automóveis com cilindrada superior a 2.500 cm3, bem como daqueles que são mais poluentes. Na componente ambiental, os 10% de aumento são aplicados aos dois últimos escalões (ver tabelas).

A título de exemplo, diga-se que um Porsche 911 Coupé, de 2012, que tem um motor de 3436 cm3, 350 cavalos, e que emite 212g/Km, pagava, este ano, 733,19 euros de IUC. No próximo ano, o mesmo automóvel pagará 806,50 euros, de acordo com os cálculos realizados pelo Negócios.

Já um veículo mais económico, como um Renault Clio deste ano, com um motor 1.5 dCI, de 90 cavalos, que emite 105g/Km, pagou 128,43 euros. Com a revisão das tabelas sofrerá um aumento de 1,30% no valor do imposto. Passará a pagar, em 2013, 130,10 euros pelo IUC.

Veículos de 2010 pagam tanto como os novos

Nos veículos de categoria B, ou seja, os ligeiros de passageiros, é utilizado um coeficiente no cálculo do IUC. Este é utilizado para diferenciar os veículos consoante o ano de aquisição, onerando menos os automóveis com mais idade. Segundo a versão preliminar do Orçamento do Estado, essa diferenciação desaparece.


A proposta prevê a manutenção dos coeficientes de 1 para os automóveis de 2007, 1,05 para os de 2008 e 1,1 para os de 2009. De 2010 em diante, o coeficiente utilizado tem sido igual. Contudo, é sempre apresentado. No documento obtido pelo Negócios, surge a expressão “2010 em diante”, sinal de que não voltará a haver diferenciação.

 
 
Tabelas actuais

Cilindrada
Taxa
CO2
Taxa
Até 1.250 cm3 27,51 Até 120g/Km 56,46
Mais de 1.250 cm3 até 1.750 cm3 55,22 Mais de 120g/km até 180g/km 84,59
Mais de 1.750 cm3 até 2.500 cm3 110,34 Mais de 180g/km até 250g/km 169,18
Mais de 2.500 cm3 347,74 Mais de 250g/km 289,82


Ano de aquisição
Coeficiente
2007 1,00
2008 1,05
2009 1,10
2010 1,15
2011 1,15
2012 1,15


 
 
Tabelas em vigor em 2013

Cilindrada Taxa CO2 Taxa
Até 1.250 cm3 27,87 Até 120g/Km 57,19
Mais de 1.250 cm3 até 1.750 cm3 55,94 Mais de 120g/km até 180g/km 85,69
Mais de 1.750 cm3 até 2.500 cm3 111,77 Mais de 180g/km até 250g/km 186,1
Mais de 2.500 cm3 382,51 Mais de 250g/km 318,8

Ano de aquisição
Coeficiente
2007 1,00
2008 1,05
2009 1,10
2010 em diante
1,15
 
 
 
 
 
 
 
 
 


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Respuesta  Mensaje 2 de 3 en el tema 
De: MMMarinho Enviado: 12/10/2012 17:53
Tributar o pai, a mãe, o avô, a avó, o gato e o periquito
 
Não é apenas mais IRS. É mais tudo. Tudo o que mexe e tudo o que é inanimado. O destro e o canhoto. O que se tem e o que se perde. Quando rasteja e quando voa. Paulo Portas nunca pensou que acabaria a mandar tributar o pai, a mãe, o avô, a avó, o gato e o periquito do défice, que em 2004 atribuiu a Sousa Franco.
O aumento do IRS é avassalador, não apenas por causa da sobretaxa, mas através da redução do número de escalões do imposto. Essa redução faz sentido teórico: Portugal é dos países com mais escalões (oito, contra seis em Espanha, quatro no Reino Unido ou dois na Irlanda). Mas, na prática, é apenas uma forma encapotada de aumentar o imposto.

Para aumentar a tributação não há como fugir ao IRS e ao IVA, que geram quase dois terços das receitas fiscais do Estado. Estando o IVA já encostado ao máximo da Europa (a Dinamarca tem uma taxa superior, de 25%), ataca-se o IRS. A versão preliminar do Orçamento do Estado, a que vários jornais tiveram acesso na tarde de quinta-feira, poderá ainda ser alterada até ao raiar de segunda-feira, dia da apresentação final. Mas confirmando-se os novos cinco escalões, topa-se o nível dos aumentos. O olhar humano tenderá a olhar para os limites mínimo e máximo dos novos escalões e compará-los com os antigos. Mas é no "miolo" que está o que interessa. 43% de todo o IRS liquidado em Portugal (dados de 2010, apurados pela Deloitte) foi suportado por contribuintes com rendimentos entre 17.979 e 41.349 euros, sujeitos a uma taxa normal de 34,88%. Grande parte deles pagará agora 37% (novo escalão entre os 20.000 e os 40.000 euros).

Mas não são só as taxas. São as deduções específicas, as deduções à colecta, os benefícios fiscais. É o regime simplificado dos recibos verdes. É, nos outros impostos, taxas liberatórias nas rendas. O tabaco. O IMI, apesar do recuo na cláusula de salvaguarda. Este será o Orçamento mais extensivo de sempre, tributa quase à peça. É como se, além de tributar um sapato, tributasse a sola, a meia-sola, o salto, o couro e cada atacador.

 
Este é o lado A do Orçamento. O lado B é o do corte da despesa, que está por detalhar. Mas também aqui, é preciso olhar para os grandes números. A fatia de leão, já se sabe, são salários e prestações sociais. É assim que hoje ficamos a saber que ao corte de pensões e de ordenados na Função Pública, haverá também uma redução líquida dos subsídios de desemprego e de doença. E que 3% dos funcionários públicos passarão para o quadro de excedentários, onde receberão salário menor - antes de sair. Paga tudo, minha gente, em pé, deitado e acamado, activo, inactivo e emprateleirado.

O risco de tudo isto está mais do que diagnosticado: o aumento da economia paralela; e a espiral recessiva, em que se aumenta cada vez mais os impostos para uma receita cada vez menor numa economia progressivamente recessiva e repleta de desempregados. Até porque, se o Governo mantiver a sua previsão de quebra do PIB em 1% para o próximo ano, estará provavelmente a ser optimista.

É assim que, em Lisboa, se trabalha no problema financeiro e se dissimula o problema político. Mesmo sabendo que a solução está fora daqui. Está em Berlim, em Bruxelas, em Frankfurt, em Washington, está até em Tóquio, onde decorre a reunião anual do FMI. Sim, FMI, o tal que diz que se enganou, afinal a sua prescrição falha... E vai fazer o quê? Brincar com o periquito?

 
 

Respuesta  Mensaje 3 de 3 en el tema 
De: MMMarinho Enviado: 12/10/2012 17:56
Marcelo Rebelo de Sousa: "Nunca se viu um orçamento com tantos documentos não definitivos"
O antigo líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se surpreendido com o elevado número de "documentos não alternativos" do Orçamento do Estado para 2013, esperando que o Governo repense a proposta preliminar.
Referindo-se à revisão das tabelas de IRS e ao aumento do IMI, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que este primeiro esboço "não é definitivo e até segunda-feira o Governo vai certamente repensar".

"As informações que tinha ontem iam no sentido oposto", com a "manutenção da cláusula de salvaguarda do IMI" e que "havia um bom senso na gestão dos escalões do IRS", acrescentou o comentador, à margem de uma acção de campanha da candidata Berta Cabral (PSD) pelas ruas dos Arrifes, em Ponta Delgada.

"A mim o que me preocupa não são as minhas contas porque eu sou um privilegiado. A mim o que me preocupa são as contas dos portugueses mais pobres, é isso que me preocupa e que deveria preocupar o Governo", disse Marcelo Rebelo de Sousa, criticando os sucessivos avanços e recuos no anúncio de medidas, desde a subida da Taxa Social Única (TSU) ou à revisão dos escalões do IRS.

"Nunca se viu um orçamento com tantos documentos não definitivos", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, embora esperando que esta "meditação para a frente e para trás dá uma coisa genial" que não prejudique o país.
 
 
 
 


 
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