Rio Tinto demite presidente executivo
por causa de perdas em Moçambique
Em comunicado emitido no princípio da tarde desta quinta-feira, a partir dos escritórios da
Rio Tinto em Maputo, a empresa justificava que a produção de carvão em Moçambique está
actualmente limitada pela falta de capacidade de infra-estruturas de transporte, uma vez que
não foi possível avançar com base nos planos infra-estruturais originais da Rio Tinto
Maputo (Canalmoz) – A gigan-te mineradora anglo-australiana,
Rio Tinto, demitiu na manhã desta
quinta-feira, Tom Albanese, do car-go de presidente-executivo, depois
de a empresa ter anunciado perdas
de 10,5 mil milhões de euros na ex-tracção de carvão em Moçambique.
Segundo a BBC, as perdas – mais
de duas vezes superiores aos lu-cros em 2011 – dizem respeito
à exploração de carvão em Mo-çambique, projecto adquirido em
2011, e ao grupo de alumínio ca-nadiano Alcan, adquirido em 2007.
Os resultados anuais da Rio Tinto
vão ser divulgados a 14 de Fevereiro.
A empresa informou que os ajus-tes vão incluir um encargo de três
mil milhões de dólares (cerca de
2,250 mil milhões de euros) rela-tivamente às operações em Mo-çambique, além de reduções no
valor contabilístico dos activos de
alumínio da Rio Tinto no valor de
10 (cerca de 7,520 mil milhões de
euros) a 11 mil milhões de dóla-res (8,275 mil milhões de euros).
Albanese vai ser substituído por
Sam Walsh, de acordo com uma
ano 5 | número 878 | 18 de Janeiro de 2013 2
www.canalmoz.co.mzdeclaração da empresa. “A admi-nistração da Rio Tinto reconhece
que uma redução desta dimen-são em relação à relativamente re-cente aquisição de Moçambique
é inaceitável”, disse o presiden-te Jan du Plessis citado pela BBC.
O grupo disse que a demis-são de Albanese tinha efeito ime-diato “por acordo mútuo com
a administração da Rio Tinto”.
Doug Ritchie, que liderou as
aquisições em Moçambique, an-teriormente denominadas Ri-versdale Mining Limited, tam-bém apresentou a demissão.
Nenhum dos dois gestores vai re-ceber uma indemnização ou bónus
generosos, devendo sair formalmen-te da empresa a 16 de Julho para
garantir uma transição tranquila.
“Apesar de deixar o negócio
Maputo (Canalmoz) – O primei-ro-ministro, Alberto Vaquina, efec-tuou na manhã de ontem uma visita
às instalações do grupo de media
“Canal i”, proprietário do semanário
“Canal de Moçambique” e do diário
digital “Canalmoz”, para se inteirar
em boa forma sob muitos aspec-tos, reconheço plenamente que a
responsabilidade por todos os as-pectos do negócio pertence ao ad-ministrador”, afirmou Albanese.
Falta de infra-estruturas
em Moçambique tramou
Tom Albanese
No princípio da tarde de ontem,
os escritórios da Rio Tinto em Mo-çambique emitiram um comuni-cado no qual a empresa explica
possíveis causas que estejam por
detrás dos prejuízos astronómi-cos. Segundo a nota, a produção
de carvão pela RTCM está actual-mente limitada pela falta da capa-cidade de infra-estruturas de trans-porte, uma vez que não foi possível
avançar com base nos planos infra-do funcionamento desta empresa de
comunicação social. E numa altu-ra em que o conceito de “unidade
nacional e da auto-estima” está em
voga no discurso oficial, Alberto Va-quina tratou de alertar que as “nos-sas” diferenças não podem afectar
-estruturais originais da RTCM.
A empresa diz que procurou ini-cialmente fazer o transporte fluvial
do carvão no Rio Zambeze, mas
está actualmente no processo de
identificação de rotas de escoamen-to alternativas, uma vez que aquela
opção não obteve aprovação final.
“A Rio Tinto continua a trabalhar
com o Governo de Moçambique
no desenvolvimento de alternativas
de infra-estruturas de transporte. A
conjuntura de volumes inferiores de
carvão metalúrgico recuperável e a
impossibilidade de aumentar a pro-dução como originalmente projecta-da devido aos constrangimentos de
infra-estrutura, conduziu à redução
do valor escriturado da RTCM e o re-gisto de uma imparidade nas contas
da Rio Tinto”, refere o documento
enviado ao Canalmoz.(Redacção)