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POLITICA: Não há democracia com cultos de personalidade à mistura
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De: nhungue  (Mensaje original) Enviado: 21/01/2013 12:17

Não há democracia com cultos de personalidade à mistura

Respeitamos nossos dirigentes, nossos governantes mas está jamais aceitaremos que sejam
“deuses”. Não escondam a porcaria “proclamando santo” quem até pecador é. Moçambique
não precisa de “heróis inventados” por uma agenda política de manutenção no poder.
Maputo (Canalmoz) - O culto
de personalidade tão caracterís-
tico de regimes políticos funda-
dos em tudo menos Democracia
é um fenómeno preocupante.
Em Moçambique algumas cor-
rentes entendem de que per-
seguir tal forma de actuação
constitui garantia de conquista
de espaço político. Alguns qua-
drantes ou estrategas políticos
consideram que a manutenção
do poder deve socorrer-se às
práticas declaradamente corrosi-
vas dos preceitos democráticos.
As palhaçadas que infeliz-
mente nos tem dado a ver e a
ouvir em diversos fóruns é pre-
ocupante e sinal de que existe
uma ofensiva planificada nos
centros do poder visando dar
luz e exposição cimeira a quem
está no poder e aos potenciais
herdeiros deste mesmo poder.
Não há democracia com cultos de
personalidade à mistura
Com uma maioria dos cida-
dãos carentes de informação,
politicamente analfabetos e lon-
gamente influenciados por po-
líticas monocromáticas, vemos
Moçambique, sua comunicação
social pública rendendo-se aos
efeitos de uma política oficial
de “culto de personalidade”.
É constrangedor ocupar espa-
ço importante nos canais de in-
formação nacional “martelando
teclas” elogiando líderes e “be-
suntando” os mesmos como se
de pequenos deuses se tratasse.
Não se conhece democracia
normal em que se destaque sem
fundamento figuras e personali-
dades partidárias e governamen-
tais a coberto de realizações que
nem lhes pertencem. Corta-fitas
e inauguradores de obras púbi-
cas, palestrantes “gloriosos”, es-
cribas mercenários e bajulado-
res profissionais combinam-se e
revezam-se para tentar conven-
cer os moçambicanos de que
seus apoiados são o melhor que
o país tem e que sua permanên-
cia no poder é um imperativo.
A avalanche informativa actu-
al que a RM e a TVM, auxilia-
dos por algumas entidades pri-
vadas da comunicação social,
endeusando a figura de Arman-
do Emílio Guebuza (AEG), tem
muito que se lhe diga. Não se
compreende nem é aceitável
que um país seja sujeito a bom-
bardeamentos mediáticos visan-
do promover a imagem de polí-
ticos medíocres. Os editores de
importantes órgãos de comuni-
cação social parecem perdidos
sem sensatez, vergonha, senso
comum, sentido ético e deonto-
logia. Compreende-se a penúria
em que vivem muitos moçam-
bicanos mas nenhuma fome ou
qualquer necessidade devem ser
motivo de exaltação de figuras
humanas. “Os homens nascem
iguais e são iguais perante a lei”.
Gente que se assenhoreou do
poder, que se montou no po-
der e que se aproveita de sua
informação privilegiada para
expandir seus negócios e em-
presas aparece endeusada num
movimento que denota clien-
telismo básico e entorpecente.
Os recuos que se verificam na
normalização da governação no
país têm base numa postura de
líderes sem liderança. Arquitec-
tura e organização de votos que
passam pela sua compra dos
mesmos e manipulação ines-
crupulosa fazem emergir uma
situação perigosa de corrupção
desenfreada a todos os níveis.
Partidos políticos transfor-
mam-se em plataformas de
engrandecimento individual
e os membros em “cordeiros
obedientes e disciplinados”.
Clivagens e fricções avolu-
mam-se embora cuidadosamente
encobertas por véus de silêncio.
A democracia de que tanto
se fala não se coaduna com o
culto de personalidade em alta
no país. Os nossos governantes
merecem respeito desde o mais
baixo na hierarquia. O respeito
que se espera dos governados
acontece por via de uma rela-
ção efectiva de abertura, consul-
ta, exemplaridade e confiança.
Tem de ficar claro e perma-
nentemente denunciado que
o servilismo de que se cobrem
editores e porta-vozes de par-
tidos políticos, chefes de ban-
cada parlamentar, executivos
de topo na esfera pública con-
duzem a criação de uma ima-
gem falsa e de condições pro-
pícias para a fermentação de
cultos de personalidade que
nada tem a ver com Democra-
cia e desenvolvimento nacional.



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