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AMBIENTE-2: Hábitos culturais em nome do meio ambiente
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De: Bete  (Mensaje original) Enviado: 13/08/2009 16:40

Hábitos culturais em nome do meio ambiente


por Erivelto Rodrigues
teixeiraer@yahoo.com.br


Março 10, 2009  

Dez anos de independência se passaram e Timor Leste recebe de braços abertos a indústria cultural. Junto a ela, alguns hábitos nada saudáveis do povo do ocidente

 

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Mar azul de Dili, capital do Timor Leste

 

Dili, a capital de Timor Leste vive um período de reconstrução, onde a população do país convive com os ditos Malae, gringo em língua nativa, profissionais oriundos dos mais diferentes cantos do mundo, desde o Uruguai na América do Sul até os mais distantes países da África. Aliado ao tradicional darwinismo social dos europeus aqui presentes, e ainda sobre uma forte influência religiosa.

Em meio a este contexto, o que se observa nas ruas desta cidade são jovens buscando uma identidade social, que os faz usar símbolos que nem mesmo eles sabem o seu significado. Certo dia, ao me dirigir à praia do cristo-rei em minha moto, passou por mim um jovem timorense típico, moreno como a grande maioria do povo maubere. Ele usava uma calça jeans que aos olhos de um ocidental parecem um tanto quanto cheias de detalhes, e uma camisa que mesclava o ídolo argentino, Ernesto Che Guevara, com uma grande suástica nazista, que em nada lembrava o símbolo hindu.

Mas isso parece pouco importar a esses jovens, é somente um povo em busca de um espaço entre os asiáticos, apesar de sua aparência não lembrar em nenhum momento um oriental, e sim um aborígine australiano.

à medida que se insere no mundo globalizado e aumenta o consumo de produtos industrializados, o Timor-Leste vem absorvendo hábitos que o mundo condena, como por exemplo, queimar todo tipo de lixo nos quintais e nos esgotos. Reciclagem ou reaproveitamento não são palavras muito difundidas por aqui, uma pena. Mas o pior é ver onde grande parte da população cultiva seus vegetais consumidos diariamente: nos esgotos. Nos mesmos esgotos que jovens trabalhadores retiram a água para lavar carros como os táxis, que os expõem à contaminação pelos mais diferentes microrganismos. Observo essas cenas e tento crer que esses seres humanos já possuem imunidade a algumas doenças.

Agora imagine uma praia paradisíaca cercada por restaurantes e boates, assim é a praia de areia branca, em Dili, mas, ao chegar perto, passeando entre os freqüentadores do lugar, é comum observar animais como bodes e carneiros, que ali mesmo fazem suas necessidades biológicas, que a própria natureza se encarrega de levar para a enseada.

A ilha do crocodilo tem que conviver com tudo isso. Agora nesta época, as montanhas estão cobertas de verde, mas à medida que muda a estação, a população nativa busca na vegetação silvestre sua fonte de renda, na venda de madeira e carvão vegetal. Em pouco tempo não há mais nada nas montanhas, que ao longe lembram um crocodilo, símbolo do país. Quando chega o meio do ano, o solo fica seco e árido, a vegetação praticamente desaparece a espera das chuvas para ocorrer de novo a renovação da vida.

Este é o Timor-Leste, um país que corre contra o tempo, em busca de um lugar ao sol do oriente.



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