A Guerra dos 30 anos
INTRODUçãO
A Guerra dos 30 Anos iniciou-se na região da Boêmia, no Sacro Império
Romano Germnico, em 1618, envolvendo luteranos e católicos.
Os séculos XVI e XVII na Europa foram marcados por "guerras de
religião", que na verdade traduzem as diversas disputas políticas e os
interesses econômicos existentes.
O SACRO IMPÉRIO
Em 1555 foi assinada a Paz de Augsburgo, a partir da qual os príncipes
alemães passaram a ter o direito de definir a religião em seus
territórios. O desfecho de 25 anos de guerra representava o
enfraquecimento do poder imperial-católico e o fortalecimento da
nobreza e de parte da burguesia, que havia aderido ao luteranismo.
A conversão de elementos da nobreza a nova religião representava uma
forma de oposição às tentativas do imperador em tornar-se absolutista,
e trazia ainda a cobiça em relação as terras da Igreja.
Em 1556 o imperador Carlos V abdicou e os territórios do Sacro Império
foram divididos entre seu irmão Fernando, que recebeu os domínios
austríacos e germnicos e seu filho Felipe, que ficou com as demais
regiões.
A divisão do Sacro Império em 1556
A GUERRA
A Região da Boêmia foi ocupada por povos de origem eslava, provenientes
do norte e leste dos Cárpatos, destacando-se os tchecos, que dominaram
a região por volta do século VII. No decorrer do século IX a
desenvolveu-se a cristianização dos boêmios, processo que facilitou sua
integração ao Sacro Império.
As tensões religiosas na região da Boêmia haviam se radicalizado desde
a criação (1608) da União Evangélica, aliança para defesa dos príncipes
e cidades protestantes, e da Santa liga Alemã (1609), organização
similar formada por católicos.
A Guerra iniciada em 1618 teve como pretexto a demolição de duas
Igrejas Luteranas, na Boêmia, contrariando a liberdade religiosa que
vigorava desde o reinado de Rodolfo II.
A Guerra teve sua primeira fase na Boêmia, comandada pelo Imperador
Fernando II, católico, que com o apoio dos Habsburgos espanhóis venceu
os protestantes em 1620
A segunda fase da guerra adquiriu dimensão internacional. França e
Inglaterra não intervieram devido a dificuldades internas. Entretanto,
Cristiano IV, rei da Dinamarca e da Noruega, apoiou os protestantes
alemães, principalmente, por razões não religiosas.
A vitória para a causa imperial ocorreu em 6 de março de 1629, quando
Fernando II promulgou o Edito da Restituição, documento que anulava
todos os títulos protestantes sobre as propriedades católicas
expropriadas desde a Paz de Augsburgo
A terceira fase da Guerra envolveu a Suécia, reinada por Gustavo
Adolfo, que temia o crescimento do poder alemão. Apesar de várias
vitórias iniciais e de algumas conquistas territoriais, os suecos
perderam seu rei em uma batalha em 1632 e foram derrotados em 1634. A
paz de Praga (1635) fez certas concessões aos luteranos-saxões,
modificando questões básicas do Edito da Restituição.
A última fase da Guerra envolveu diretamente a França, governada pelo
Cardeal Richelieu, que orientava sua política externa no sentido de
transformar a França em uma potência na Europa. A França já havia
apoiado dinamarqueses e suecos e declarou guerra à Espanha em 1635 e o
conflito estendeu-se até 1648, quando a Espanha bastante enfraquecida
aceitou a derrota