Uma moça De lá do outro lado da poça Numa aparição transatlntica Me encheu de elegante alegria (Ai, Portugal, ovos-moles, Aveiro) Menina da Ria Menina da Ria Menina da Ria E uma preta (Parece que eu estou na Bahia) Tão Linda quanto ela, dizia No seu português lusitano: “Pode o Caetano tirar uma foto?” Menina da Ria Menina da Ria Menina da Ria Arte Nova, um prédio art-nouveau numa margem Em frente à marina-miragem: Os barcos na Ria. E depois Uma taça sobre o pubis glabro, um estudo Nenhum descalabro se tudo É sexo sem sexo em nós dois Menina da Ria Menina da Ria Menina da Ria
(ele refere-se à Ria de Aveiro, a terra dos famosos 'ovos moles')
O cantor brasileiro deleitou o público galego no concerto que deu em Compostela em Julho do ano passado
Em 19 de Julho de 2004 actuava na compostelana praça da Quintã o músico bahiano Gilberto Gil. Segundo recolhia a crónica publicada no PGL, quem naquela altura já era Ministro da Cultura do Brasil negou-se a falar em português e utilizou sistematicamente o castelhano para se dirigir ao público, provocando mal-estar entre o pessoal. Quatro anos depois, o seu compatriota, coetneo e também bahiano universal, Caetano Veloso, demonstrou uma atitude muito diferente. [+...]
Nesse concerto , também na praça da Quintã como fizera Gilberto Gil, Veloso reivindicou-se não apenas como grande artista, mas também como humanista e como mito intergeracional.
Como só aos génios lhes está permitido, Veloso apresentou-se não ao início do concerto, mas num intervalo que se concedeu após uns poucos temas. Mesmamente como se estivesse a fazer sua uma das mais conhecidas citações de Pessoa («a minha pátria é a língua portuguesa»), nessa apresentação é que fez sua essa máxima ao sentenciar com veemência: «na Galiza falo em português porque o nosso idioma comum é o galego-português».
O público, ao redor de 2.000 pessoas, estalou numa ovação praticamente unnime e o bahiano aproveitou para comentar que a sua introdução também a traduziria para o castelhano por se alguém não percebia. Traduziria ao castelhano... «mas não tudo», matizou com ironia, ao qual foi correspondido com mais aplausos e risadas cúmplices.
O grande bahiano também demonstrou que não é por acaso que é um cantor internacionalmente reconhecido, e assim trouxe à capital galega um repertório com algum tema já conhecido, algum tema novo, e versões da francesa La Mer ou da mexicana Cucurrucucú Paloma, entre outras. Ao espectáculo uniram-se também os sinos da torre do relógio que, longe de interromperem momentaneamente o concerto, acabaram por sucumbir ao talento do Caetano, que soube integrar o seu som como acompanhamento musical.
Durante algo mais de hora e meia, as várias gerações presentes na praça da Quintã sintonizaram plenamente com o cantor bahiano, antecipando-se aos desejos do autor para fazer os coros e acompanhamentos, e emocionando-se ao ritmo marcado polo seu cantar. Veloso cantou pouco mais de hora e meia, e se fosse polo público poderia botar até duas horas, três ou sei lá, pois o público foi unnime no seu pedido, «mais uma, mais uma߃!!», mesmo após da finalização. Precisamente isto poderia ser o resumo do que foi o concerto: tanto e tão bom, que ficamos com gana de mais. De mais Caetano.
Caetano Veloso faz música para ex-mulher e sobre o orgasmo
Caetano Veloso compôs uma música especial para a sua ex-mulher Paula Lavigne. A música intitulada Eu não me arrependo está no novo CD do cantor chamdo Cê.
Outra faixa do novo CD eventaulmente polémica é a chamada "Porquê", na qual a expressão portuguesa "Estou-me a vir" - que se refere ao orgasmo (no Brasil 'estou gozando' - repete-se várias vezes.
Segundo declarou, Caetano diz que gosta da expressão. "Acho bonita a maneira como, linguisticamente, os portugueses resolveram a questão do orgasmo. No Brasil, usamos o verbo gozar, como na França. Mas é como se estivesse acabando alguma coisa. Estou-me a vir é reflexivo, ou seja, fala de si próprio. E ainda dá uma idéia de continuidade".