HIPERTIREOIDISMO
Sinônimos e Nomes populares:
Tireóide, excesso de funcionamento da tireóide, ter tireóide ("minha tia tem tireóide").
O que é?
Conjunto de sinais e sintomas decorrentes do excesso de hormônios da tireóide.
Como se desenvolve ?
Os sintomas ocorrem em decorrência do excesso de funcionamento da glndula tireóide ou da ingestão dos hormônios da tireóide.
Entre as diversas causas do aumento de funcionamento da tireóide, as mais importantes são:
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bócio difuso tóxico (Doença de Basedow-Graves) |
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bócio multinodular tóxico e |
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bócio uninodular tóxico (Adenoma Tóxico) |
O bócio difuso tóxico é uma doença auto-imune na
qual o organismo produz anticorpos que estimulam a produção e a
liberação de hormônios pela tireóide, podendo estar associado a outras
doenças auto-imunes.
O bócio multinodular tóxico em geral é uma
moléstia de evolução lenta na qual ocorre proliferação de diversos
folículos da glndula, formando diversos nódulos, algumas vezes
volumosos e visíveis.
Os adenomas são nódulos únicos, em geral com mais de 3 cm de dimetro, que produzem em excesso os hormônios da tireóide.
O que se sente?
Os pacientes apresentam:
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fome excessiva |
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aumento do ritmo intestinal |
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nervosismo, insônia, labilidade emocional |
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tremores |
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intolerncia ao calor |
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palpitações |
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emagrecimento |
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olhar vivo e brilhante |
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pele quente e úmida |
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unhas quebradiças, cabelo seco, quebradiço e encaracolado. |
Na mulher ocorrem alterações menstruais e
infertilidade. Na grande maioria das pessoas esse quadro clínico está
associado a um aumento visível da parte inferior do pescoço, formando o
chamado bócio. Em pacientes com bócio difuso, podem ocorrer sinais
oculares de reação inflamatória, caracterizada por retração das
pálpebras, protusão dos globos oculares (olhos saltados) e paralisia da
musculatura que controla os movimentos dos olhos. Esse conjunto de
alterações oculares é denominada exoftalmia.
Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico é estabelecido pela suspeita
clínica em paciente portador dos sintomas acima descritos ou em
pacientes nos quais se investiga a causa de uma arritmia cardíaca, ou
dor abdominal associada a emagrecimento (principalmente do paciente
idoso). O diagnóstico laboratorial é estabelecido pelas dosagens de TSH
e T4 no sangue. Se os valores de T4 estiverem aumentados e os de TSH
reduzidos, o paciente é portador de hipertireoidismo. Necessitamos
então investigar sua causa, que pode ser auto-imune, uni ou
multinodular. Este diagnóstico é estabelecido pela presença de
anticorpos anti-receptor do TSH (TRAB), pela captação de iodo e
cintilografia da tireóide e pela ultra-sonografia da tireóide.
Em pacientes com bócios volumosos e
manifestações compressivas na região do pescoço, tais como dificuldade
para engolir alimentos e falta de ar, pode ser necessária a realização
de radiografia do tórax ou do mediastino e/ou do pescoço. Nos pacientes
idosos ou intensamente doentes, devem ser realizados também exames
gerais e eletrocardiograma.
Como se trata?
O tratamento pode dirige-se para o excesso
hormonal e/ou para sua causa. Em pacientes com bócio difuso tóxico,
pode ser analisada a captação de iodo e a seguir administrada uma dose
calculada de Iodo radioativo (Iodo 131) que irá destruir o tecido
tireoidiano com excesso de funcionamento. Esse efeito ocorrerá em
algumas semanas. No período em que não for alcançada a normalização de
funcionamento da tireóide, o paciente pode receber um medicamento que
bloqueia a ação destes hormônios (beta-bloqueador: propanolol) com o
que haverá uma melhora significativa dos sintomas. Se essa não ocorrer,
ou na presença de hipertireoidismo grave, o paciente será inicialmente
tratado com medicamentos antitireóideos (metimazol ou propanolol) até
se obter o controle da doença.
Em pacientes com bócio multinodular, se o
mesmo for volumoso ou apresentar sinais compressivos, o tratamento de
escolha é a cirurgia da tireóide (tireoidectomia) que só deverá ser
realizada após controle clínico do estado de hipertireoidismo. O
controle do hipertireoidismo pode ser obtido com o metimazol (Tapazol)
ou com o propiltiouracil, devendo ser utilizado durante várias semanas.
Em bócios nodulares menos volumosos ou nos quais há contra-indicação
cirúrgica, após a compensação do quadro com metimazol ou
propiltiouracil, o paciente pode receber também Iodo radioativo.
Nos pacientes com bócio uninodular tóxico, o
quadro de hipertireoidismo será compensado com
metimazol/propiltiouracil e a seguir o paciente deve ser submetido a
tireoidectomia subtotal. Em pacientes com nódulos pequenos ou
contra-indicações cirúrgicas também pode ser empregado o Iodo
Radioativo.
Após a resolução do quadro, quer utilizando
Iodo Radioativo quer cirurgia, o paciente deverá ser monitorizado
periodicamente no sentido de se detectar o eventual hipotireoidismo que
pode ocorrer como complicação desses tratamentos.
Como se previne?
Não existem mecanismos de prevenção para as
diversas doenças. Pode ser realizado, por outro lado, uma detecção mais
precoce da doença especialmente se investigarmos adequadamente todos os
pacientes com bócio, seja uni ou multinodular. Nesse sentido em muito
colabora a palpação rotineira da tireóide sempre que o médico examina
qualquerpaciente