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FILOSOFIA: Filosofia na Cidade
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De: Lúcia Dias (Missatge original) |
Enviat: 23/10/2009 01:08 |
Filosofia na Cidade
- - Espaço público e privado Filosofia na cidade - Convicção, tolerncia e diálogo - a construção da cidadania
- Introdução A análise do tema “Filosofia na cidade”, tem o objectivo de privilegiar a contribuição da filosofia para a construção da cidadania, reabilitando a ideia de que o vínculo que une a filosofia à cidade vem das origens, da Polis grega. É importante o reconhecimento deste tema para que seja possível conhecer a grande importncia da tolerncia e do diálogo como valores no nosso tempo, para compreendermos melhor de que se trata o conceito cidadania e, para além disso, para esclarecer de que modo é que praticar filosofia contribui para formar cidadãos livres e responsáveis. Quando fiz a escolha do tema que iria abordar, debrucei-me sobre o presente, sobre a sociedade actual e penso que este trabalho é particularmente dirigido aos jovens, aos adolescentes, pois são eles que irão construir o futuro. É neles que temos a esperança de um futuro melhor.
- Espaço público e espaço privado
- Em Atenas a vida política desenvolvia-se na praça pública ou ágora e envolvia a participação de todos os cidadãos. Desta forma de organização política – a democracia – nasce o conceito de espaço público por oposição ao espaço privado. Assim, para os gregos, o espaço público é o espaço da discussão, do diálogo e do debate político, o lugar onde se decide sobre aquilo que é comum e diz respeito a todos. O espaço privado é o espaço da casa e da família, onde se decidem os assuntos domésticos. Actualmente, apesar da evolução político-social das sociedades, estes conceitos mantêm no essencial o sentido inicial.
- Espaço público
- O espaço físico que partilhamos com todos os outros.
- O espaço simbólico onde se debatem os temas de interesse comum e se forma a opinião pública.
- O espaço de realização do Estado democrático, onde se confrontam as ideologias e as opiniões dos cidadãos que por intermédio do diálogo e da comunicação argumentativa participam na vida pública, actuam como meio de pressão e exercem o controlo da actividade do Estado.
- Espaço privado
- O espaço partilhado com a família e os amigos, onde se faz a gestão doméstica, a educação dos filhos e a partilha e a gestão de afectos.
- A crescente influência dos meios de comunicação de massas, a emergência da chamada “sociedade de informação” contribui para modificar as fronteiras tradicionais entre o público e o privado e a alargar a esfera do espaço público de tal modo que alguns temas tradicionalmente do foro privado das famílias (aspectos relacionados com a sexualidade e com a intimidade) são discutidos na “praça pública”.
- Convicção, tolerncia e diálogo - a construção da cidadania
- Vivemos numa sociedade em que o espaço privado perdeu importncia a favor da hegemonia do espaço público.
- Vivemos numa sociedade, aberta, multicultural e global. Com a emergência da sociedade da informação e a democratização das novas tecnologias de informação, alargam-se as fronteiras dos grupos humanos. Cada um de nós não é simplesmente cidadão nacional. Hoje somos todos cidadãos do mundo.
- O desafio que temos que enfrentar é o de aprender a viver em conjunto num espaço comum constituído por diferentes grupos sociais, étnicos, religiosos com diversas convicções e identidades.
- Hoje em dia nenhuma cultura é autónoma e fechada. Graças aos meios de comunicação social, às trocas comerciais, à emigração e ao turismo adquirimos todos consciência de que habitamos num espaço físico comum – a Terra – que temos de partilhar e preservar; somos elos de uma mesma cadeia de seres que têm igual dignidade, os mesmos direitos e deveres, independentemente da sua origem racial e étnica, das suas convicções religiosas ou políticas, do grau do seu desenvolvimento económico ou dos hábitos e padrões de comportamento social, característicos da sua cultura.
- Cada ser humano deve construir a sua identidade pessoal e social na convicção de que, apesar da diversidade de convicções religiosas ou outras e dos modelos culturais, económicos e político-sociais de desenvolvimento adoptados, os homens têm de coexistir pacificamente. Esta coexistência pacífica deve guiar-se por valores cívicos: valores de tolerncia, de diálogo, de valorização e respeito pelas diferenças culturais, de participação na vida pública, de responsabilidade.
- Aprender a viver juntos ou como diziam os gregos, na Cidade, equivale a construir uma identidade alicerçada nestes valores, pois só tendo em consideração os interesses dos outros e participando activa e responsavelmente na construção do bem comum é que nos realizamos enquanto pessoas. Ora esta aprendizagem corresponde aquilo que se pode designar por “construção da cidadania”.
- Nunca se falou tanto sobre cidadania, como nos últimos anos. Mas afinal, o que é a cidadania?
- A palavra cidadão deriva da palavra civita, que em latim significa cidade, e que tem seu correlato grego na palavra politikos – aquele que habita na cidade. Na democracia ateniense, a cidadania é o direito da pessoa em participar nas decisões que dizem respeito às coisas públicas, isto é, ao destino da Cidade. Esta participação política fazia-se através da participação nas assembleias – Ekklesia – que se reuniam na Ágora (praça política) para deliberar sobre as decisões que diziam respeito a todos e exigiam, por isso, o consenso dos cidadãos. A cidadania é, assim, a capacidade de vivermos em conjunto num espaço que se pretende comum e aberto às diferentes tendências e diversidade de convicções existentes numa comunidade – o espaço público. Esta abertura, a coexistência pacífica e harmoniosa com aquilo com que não nos identificamos é o que nos leva a aceitar o pluralismo, a respeitar a diversidade de pontos de vista e a tolerar maneiras de viver diferentes e, às vezes, até contraditórios com as nossas convicções.
- A tolerncia implica a capacidade de admitirmos que, para além de toda a diversidade de convicções e de maneiras de viver, deve prevalecer a ideia de que qualquer ser humano não deve ser para nós um estranho, mas alguém com uma dignidade semelhante à nossa já que somos todos humanos e elementos de uma cadeia de seres que coexistem no mesmo espaço e têm um destino comum. Coexistir nesse espaço multicultural implica esforçar-nos por compreender as convicções e as maneiras de viver daqueles que coabitam connosco, significa ainda resolver os conflitos através do diálogo e da não-violência em vez de priviligiar a guerra e a violência como forma de resolução desses conflitos.
- Mas como será hoje a tolerncia ?
- Fala-se muito de tolerncia, mas a história recente demonstra que ainda existe violência e intolerncia que todos abominamos. Num contexto de globalização, afirmam-se as sociedades multiculturais. Torna-se assim necessário e indispensável a gestão da diversidade cultural. Com o crescente choque de civilizações, os sinais de tensão à escala global, que se evidencia em manifestações mais ou menos violentas, tem vindo a crescer. A intolerncia começa e acaba todas as frases. A tolerncia é, por isso, a mais urgente conquista para o nosso tempo.
- Infelizmente, na sociedade actual assistimos a diversas formas de intolerncia e violência.
- Que assim seja no futuro! Vamos conquistar a tolerncia!
- Qual será afinal a relação entre filosofia e cidadania? Qual o papel da filosofia? Declaração de Paris para a Filosofia Nós, participantes das jornadas internacionais de estudo "Filosofia democracia no mundo", organizadas pela UNESCO, que ocorreram em Paris, nos dias 15 e 16 de Fevereiro de 1995, Constatamos que os problemas de que trata a filosofia são os da vida e da existência dos homens considerados universalmente, Estimamos que a reflexão filosófica pode e deve contribuir para a compreensão e conduta dos afazeres humanos. Consideramos que a actividade filosófica, que não subtrai nenhuma ideia à livre discussão, que se esforça em precisar as definições exactas das noções utilizadas, em verificar a validade dos raciocínios, em examinar com atenção os argumentos dos outros, permite a cada um aprender a pensar por si mesmo, Sublinhamos que o ensino de filosofia favorece a abertura do espírito, a responsabilidade cívica, a compreensão e a tolerncia entre os indivíduos e entre os grupos, Reafirmamos que a educação filosófica, formando espíritos livres e reflexivos - capazes de resistir às diversas formas de propaganda, de fanatismo, de exclusão e de intolerncia - contribui para a paz e prepara cada um a assumir suas responsabilidades face às grandes interrogações contemporneas, notadamente no domínio da ética, Julgamos que o desenvolvimento da reflexão filosófica, no ensino e na vida cultural, contribui de maneira importante para a formação de cidadãos, no exercício de sua capacidade de julgamento, elemento fundamental de toda democracia. In http://www.prograd.ufpr.br/nesef/textos/paris.doc
- Depois de ler o texto da Declaração de Paris para a Filosofia, penso que compete à filosofia, elaborar conceitos que permitam compreender criticamente o que acontece à nossa volta e no mundo todo, a fim de que as nossas escolhas e acções contribuam para expandir cada vez mais as liberdades públicas e privadas ao invés de restringi-las.
- A prática da filosofia exercita a capacidade crítica, possibilitando aos indivíduos julgar por si mesmos, confrontar argumentações diversas, respeitar a palavra dos outros, submeter-se somente à autoridade da razão, por isso, contribui para a formação de homens livres e cidadãos críticos participativos e responsáveis.
- Na verdade, ao reflectir sobre os problemas da vida e da existência dos homens considerados universalmente, a filosofia favorece a abertura do espírito, a responsabilidade cívica, a compreensão e a tolerncia entre os indivíduos e entre os grupos, contribuindo para formar espíritos livres e reflexivos – capazes de resistir às diversas formas de propaganda, de fanatismo, de exclusão e de intolerncia.
- Ao apostar na importncia da dúvida, ao questionar-se a si mesma, ao sublinhar as suas próprias fraquezas, a filosofia rompe com todas as formas de dogmatismo, próprios dos regimes políticos autoritários e aproxima-se da democracia. Ambas encorajam a crítica no respeito pela dignidade dos outros e convidam os cidadãos a exercer a sua capacidade de julgamento, a escolher por si mesmo o melhor modo de organização política e social, a descobrir os seus valores, a ser homens livres e membros activos da comunidade, exercendo responsavelmente os seus direitos e deveres.
- No momento em que assistimos: à expansão da violência em inúmeros países, com base no dogmatismo e intolerncias dos mais diversos tipos;
- à expansão da miséria e da exclusão social nas nossas comunidades marcadas pela indiferença e por individualismo egoísta,
- Importa realçar o papel da filosofia na formação da cidadania. A prática do filosofar ao reflectir sobre o sentido da vida humana, sobre os modelos políticos propostos à convivência social, sobre os processos de informação e comunicação, sobre o diálogo entre as diversas culturas, contribui para promover a formação cívica do ser humano na medida em que promove o exercício ético das liberdades públicas e privadas e consolida a democracia.
- Conclusão Com a realização deste trabalho pude inferir que hoje estamos a conhecer uma profunda mutação no próprio “ambiente” em que cresceu e se desenvolveu a cidadania activa e a participação política alargada. A prática da cidadania liga-se ao estabelecimento da democracia, de conexão com o direito e a vontade expressa na Constituição. Ela está comprometida com a efectivação dos direitos confirmados por meio da cooperação entre indivíduos e grupos. Vivemos numa sociedade que espera que de um debate saia sempre um vencedor e um perdedor. A resolução não-violenta não é encobrir ou fugir do conflito, não é procurar a resignação ou a submissão de uma das partes, não é sequer o abandono dos verdadeiros sentimentos, opiniões ou emoções. Pelo contrário, a resolução não-violenta do conflito procura uma compreensão e uma aplicação correcta da democracia, que estimula a responsabilidade social e a resposta criativa à mudança. A sociedade actual baseia-se em desconfiança, intolerncia e ódio, na incapacidade de interagir construtivamente com todos aqueles que são diferentes. Para fazer frente a isso, é preciso desenvolver uma sociedade, uma cultura da paz baseada na tolerncia, na compreensão, na solidariedade e no diálogo. Ou seja, educar para a paz é acima de tudo desenvolver a competência comunicativa, isto é, ajudar as pessoas a recuperar a capacidade que elas têm de falar e agir e de, através do diálogo, superar obstáculos e estabelecer pontes. O diálogo torna-se a peça-chave da resolução de conflitos. Com este trabalho, deu realmente para “ver” como a filosofia é importante no nosso quotidiano. Encontrando-se o homem inserido numa determinada realidade física e social, é constantemente motivado no sentido de dar resposta às múltiplas questões que a realidade lhe põe. Esta dinmica de interrogação da filosofia – problematização sobre o real que decorre da necessidade do homem se adaptar às situações concretas e se abrir às novas situações possíveis – leva-o a um alargamento progressivo do seu conhecimento, que dirigirá a sua própria acção.
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