Introdução:
No mbito da disciplina de Filosofia, foi-me proposta a realização deste trabalho de carácter obrigatório, que consiste na apresentação da teoria do conhecimento do filósofo francês, René Descartes.
Este trabalho, está subdividido em cinco partes, em que inicialmente é apresentada uma integra biografia do filósofo em questão, bem como o século/época em que Descartes viveu.
Nas partes seguintes, é apresentado todo o pensamento cartesiano bem como as razões que levam Descartes a pensar de tal modo, nunca deixando esquecer a época em que se encontra inserido, que consta ser das mais instáveis de sempre.
Com este trabalho, pretende-se compreender o problema da possibilidade do conhecimento, bem como compreender e discutir a solução cartesiana para o problema da possibilidade do conhecimento, abordando conceitos como: crença básica, crença não básica, dúvida metódica, cogito, génio maligno, ideias claras e distintas, racionalismo, entre outros.
Biografia:
René Descartes nasceu a 31 de Março de1596, numa aldeia que, antes dele, se chamava Touraine e, depois dele, passou a chamar-se La Hayer-Descartes, no departamento francês de Indre-et-Loire. Filho de Joachim de Brochard, nobre, conselheiro do Parlamento de Bretanha, e de Jeanne de Brochard, oriunda de uma família de militares, foi baptizado a 3 de Abril. Seu avô paterno tinha exercido medicina e a sua família era originário da região de Chtellerault, onde possuía alguns pequenos domínios. Foi o terceiro filho da família, que teve depois um outro, morto pouco depois do nascimento. A sua mãe morre a seguir a este último parto. O pai volta a casar-se e tem quatro filhos deste novo casamento. Descartes passou a sua infncia no campo tendo sido educado pela avó paterna e por um tutor.
Em 1604, com apenas oito anos, entra para o colégio Royal Henry-Le-Grand que os jesuítas tinham aberto em La Flèche, destinado à educação da juventude nobre. O curso de La Flèche durava um triénio, tendo Descartes sido aluno do Padre Estêvão de Noel, que lia Pedro da Fonseca nas aulas de Lógica, a par de Commentarii. Descartes reconheceu que lá havia certa liberdade, no entanto, no seu Discurso sobre o método declara a sua decepção não com o ensino da escola em si mas como baseado na cultura e tradição que era fundamentalmente escolástico cujo conhecimento científico achava confuso, obscuro e nada prático. Descartes esteve em La Flèche cerca de nove anos (1606.1615), sendo considerado bom aluno e onde aprende latim, matemática. Lógica, física, etc. Neste colégio foi dispensado dos exercícios da manhã, uma vez que, era considerado uma criança de saúde frágil. Isto podia não ter qualquer importncia; mas a verdade é que Descartes adquiriu, já em criança, um hábito que o acompanharia pela vida fora: o hábito de meditar na cama.
Em 1612 deixa o colégio jesuíta ingressando, depois, na Faculdade de Direito de Poitiers, onde obtêm a licenciatura em direito civil e canónico (1616). No entanto, Descartes nunca exerce Direito, quando em 1616 vai para Paris, frequentar círculos boémicos, reencontra o antigo colega Martin Mersenne e contacta com o matemático Mydorge. É de referir que nessa altura, guerras religiosas dividiam a Europa; curiosamente, Descartes também se deixou dividir por elas: primeiro lutou ao lado dos protestantes depois ao lado dos católicos.
Em 1618, ingressou, no exército protestante do Príncipe Maurício de Nassau que estava em luta com Espanha, tendo a intenção de seguir carreira militar. Mas se achava menos um actor do que um espectador: antes ouvinte numa escola de guerra do que verdadeiro militar. Na cidade de Breda conhece Isco Beeckman, médico, com o qual estabelece um frutuoso contacto científico, sendo Descartes bastante influenciado por Isaac Parece ser desta época o seu projecto de compor um trabalho geral em que o conjunto das ciências do úmero seja claramente exposto.
Em 1619 parte para Alemanha, viaja até à Dinamarca, Polónia, etc., e ingressa no exército de Maximiliano da Baviera, passando os inversos de 1619 e 1820 talvez perto da cidade de Ulm. Trabalha no seu projecto sobre matemática e têm duas «iluminações» ou «sonhos», nos quais vê o sinal da sua vocação filosófica. Tendo ficado bastante impressionado, faz o voto de ir em peregrinação a Loreto, na Itália, para agradecer à santa virgem.
Em 1620 terá provavelmente contactado com o matemático e alquimista Faulhaber que o terá informado sobre as Rosa-Crux. Regressa à Holanda onde contacta, em 1621 1622, com a princesa Elisabete, com a qual passará a manter correspondência.
Em 1622 viaja para Poitou, a fim de regular os assuntos relativos `sua herança; vende os seus bens, ficando com o suficiente para viver sem ter de trabalhar. Seguidamente, viaja pela Suiça e Itália, deslocando-se a Loreto para dar cumprimento à sua promessa. Deixa a Itália em 1625 e instala-se em Paris onde permanece até 1628. Ocupa-se então com investigações sobre matemática e dióptrica. Assiste a uma conferência em casa de Núncio Apostólico em Paris, e nela argumenta de modo brilhante. Nessa ocasião o cardeal Bérulle, fundador do Oratório, incita-o a prosseguir as suas investigações filosóficas. Em 1628 parte para a Holanda, aí residindo até 1649.
Em 1629 anuncia, em carta a Mersenne, que está a escrever um Tratado do Mundo, terminado em 1633. Estava para o publicar quando recebeu a notícia da condenação de Galileu, e talvez por isso toma a decisão de não o publicar. Escreve ensaios sobre Dióptrica, Meteoros e Geometria, publicados em 1637 e antecedidos em prefácio que é o Discurso do Método.
Nesse mesmo ano morre prematuramente a sua filha Francine, filha de uma serviçal, o que o marca profundamente no plano afectivo.
Em 1641 são publicadas as Meditationes de Prima Philosophia, dedicadas aos doutores da Faculdade de Teologia de Paris.
Viaja por três vezes a França, uma delas, ao que consta, para obter uma pensão real que lhe tinha sido prometida e nunca paga.
Tornado célebre desde a publicação de Discurso do Método, Descartes vai ser duramente atacado, em França pelos Jesuítas, desde 1637 e, na Holanda pelo teólogo Gisbert Voet e por Vorstius. A Universidade de Leyde chega a acusar Descartes de blasfemo.
Enquanto reside na Holanda, muda com frequência de residência, mas em 1648 chega a Paris em plena Fronda. A sua estadia aqui é breve, a agitação não é um ambiente propício ao trabalho, Paris não lhe convém.
A rainha Cristina da Suécia convidou-o par filósofo da corte em Estocolmo. Descartes, depois de várias hesitações, acaba por partir em 1649. Descartes aceitado o convite da rainha Cristina é forçado a levantar-se às cinco da manhã para ensinar Filosofia à rainha, e com um emprego que consistia em escrever um bailado, tudo lhe era estranho. Demasiado frágil para a dureza do Inverno sueco, contraiu pneumonia quando tratava de um amigo doente, o que provocou a sua morte a 11 de Fevereiro de 1650. Como um católico num país protestante, ele foi enterrado num cemitério de crianças não baptizadas, em Adolf Fredrikskyrkan em Estocolmo. Depois, seus restos foram levados para França e enterrados na Igreja de São Genevieve-du-Mont em Paris. Durante a Revolução Francesa seus restos foram desenterrados a fim de serem deslocados para o Panthéon ao lado de outras grandes figuras da França.
Em 1667, depois da sua morte, a Igreja Católica Romana colocou suas obras no Índex Librorum Prohibitorum (Índice dos Livros Proibidos).
Respeitado e admirado pelos seus e amigos, Descartes parece ter sido um homem gentil, discreto, talentoso, versátil, bom amigo, com uma personalidade bastante forte e segura de si. A sua álgebra e geometria fazem parte do património da Matemática. Como filósofo, destaca-se entre os maiores de todos os tempos.
Católico fiel, nunca pôs em dúvida a doutrina na qual foi «instruído desde a infncia», bem como a obediência «às leis e costumes do meu país». Ainda hoje as suas ideias filosóficas são discutidas e com a sua reflexão terá pretendido que a «razão contribua efectivamente para tornar o Estado mais próspero e a Igreja mais respeitada». Quanto à sua vida, pela amostra, não se pode dizer que não tenha sido bastante preenchida.